A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) subseção de Maringá promoveu, na quinta-feira (5/11), o debate com os 13 candidatos a prefeito. Até agora, foi um dos poucos momentos no primeiro turno que reuniu todos os candidatos. Na TV Maringá, única emissora que realizou debate no primeiro turno, o encontro foi dividido em dois dias.
O debate na OAB Maringá, com transmissão pelo Maringá Post, foi dividido em quatro blocos e durou mais de quatro horas. No primeiro bloco, os candidatos responderam perguntas feitas por advogados e selecionadas pela OAB.
No segundo bloco, o candidato tinha a oportunidade fazer perguntas para outro candidato sobre temas sorteados. O terceiro bloco foi de perguntas livres e no quarto e último bloco os candidatos tiveram dois minutos para as considerações finais.
A noite foi marcada por declarações polêmicas e críticas em tom de ataque ao atual prefeito Ulisses Maia (PSD). Candidatos criticaram as medidas adotadas pelo prefeito contra a pandemia do coronavírus e apresentaram informações falsas sobre a vacina. No debate, teve candidato que prometeu acabar com os terminais nas avenidas Kakogawa e Morangueira e discussões sobre o pagamento de R$ 1,2 mil para mães ficarem com os filhos em casa.
Apesar das críticas, Ulisses Maia evitou entrar em confronto direto com outros candidatos e usou o momento para defender o mandato. O atual prefeito pediu o direito de resposta apenas uma vez após debate entre Eliseu Fortes (Patriota) e Rogério Calazans (Avante) sobre o caso do ex-secretário de Serviços Públicos, Vagner de Oliveira, divulgado nesta semana pela imprensa.
Na terça-feira (3/11), um áudio atribuído ao ex-secretário foi divulgado pela imprensa. Na gravação, ele faz ameaças para uma ex-funcionária que teria furtado um saco de dinheiro vivo na casa de Vagner de Oliveira. No debate, Eliseu Fortes perguntou para Rogério Calazans se o candidato entendia que havia indícios de caixa dois no caso.
Em resposta, Calazans afirmou que há quebra do princípio de moralidade por haver dúvidas sobre o caso. “Isso precisa ser explicado, precisa ser dito com clareza de onde veio aquele dinheiro e qual é a origem, porque ninguém guarda dinheiro em casa desse jeito”, afirmou.
Na réplica, Eliseu Fortes levantou acusações, sem mostrar nenhuma prova, sobre o patrimônio do atual prefeito. Maia pediu direito de resposta e se defendeu dos ataques, mas não citou o caso do ex-secretário.
“Tenho a elevada honra e a grata satisfação de dizer que, diferente de gestores do Brasil, estamos terminando nosso mandato, o prefeito, o vice-prefeito e todos os secretários municipais sem responder nenhuma ação civil de improbidade administrativa. Nunca fui condenado, as três contas da prefeitura estão rigorosamente aprovadas, 2017, 2018 e 2019. Entrei ficha limpa na prefeitura e eu, o vice-prefeito e todos os secretários sairemos ficha limpa”, afirmou Maia.
No debate, o candidato Dr. Batista (DEM), que é médico, utilizou informações incorretas para falar sobre a vacina contra o coronavírus e criticou medidas como isolamento, quarentena e lockdown. Segundo o candidato, lockdown e quarentena não funcionaram em outros países. Dr. Batista usou informações falsas para falar sobre a vacina contra a Covid-19.
“Não se iludam, todos os testes feitos até hoje em animais com a vacina não funcionaram. Agora, estão fazendo teste em ser humano, qual o melhor país do mundo para fazer teste onde tem todas etnias e DNA diferente? O Brasil. Somos 212 milhões de ratinhos de laboratórios na mão desses grandes laboratórios que estão querendo ganhar muito dinheiro”, disse Dr. Batista sendo interrompido por ter extrapolado o tempo.
O site Boatos.org classificou como boato a informação de que as vacinas desenvolvidas pela Universidade de Oxford e pela empresa Sinovac Biotech foram testadas em porcos e não deram certo. Segundo o site, os testes da vacina de Oxford foram realizados em porcos e ratos e tiveram respostas positivas. A vacina chinesa foi testada em macacos e os resultados foram positivos.
A agência Aos Fatos também classificou como falsa a informação que vacinas contra a Covid-19 foram aplicadas apenas em animais antes de testes no Brasil.
Evandro Oliveira (PSDB) e Coronel Audilene (Progressistas) discutiram sobre o pagamento de R$ 1,2 mil para as mães que desejam ficar em casa com os filhos. A proposta da candidata é oferecer para mães com filhos de 0 a 2 anos e que aguardam uma vaga nos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) uma bolsa de R$ 1,2 mil para que fiquem com os filhos em casa. Evandro Oliveira, que atua no ensino superior privado, criticou a proposta.
“É um absurdo você pedir para as mães ficarem em casa por causa de R$ 1,2 mil e não levar a criança para a creche. A educação é a base de tudo, agora vou dar dinheiro para a mãe ficar em casa, acho um desrespeito com as mães maringaenses. A educação tem que ser dada, é um direito das crianças”, disse Oliveira.
Em defesa, Coronel Audilene afirmou que não há oferta de vagas suficiente para atender as crianças que estão na fila de espera. “A Organização Mundial da Saúde preconiza que a mãe deve ficar o maior tempo possível com a criança. As mães que estão na fila e que ainda não conseguiram e que tendo a possibilidade ficar em casa e prefiram ficar em casa com os seus filhos, terão o mesmo valor que pagaríamos para a creche privada.”
Durante o debate, os candidatos apresentaram propostas sobre temas como saúde, educação, meio ambiente, habitação e segurança. Em mobilidade urbana, Rogério Calazans (Avante) prometeu acabar com os terminais nas Avenidas Kakogawa e Morangueira. Segundo ele, os terminais atrapalham o desempenho do comércio na região e acabaram com as vagas de estacionamento.
“Na Kakogawa vai virar ciclovia. Lá na Morangueira vamos fazer uma grande avenida com três pistas de cada lado e fazer com um daqueles terminais inúteis que foram feitos com dinheiro do povo uma base fixa da Guarda Municipal com tecnologia para acabar com a bandidagem da região”, disse.
Assista o debate completo:
Na seção Eleições 2020 do Maringá Post, os leitores podem conferir todas as informações sobre os candidatos e o processo eleitoral. O portal promoveu uma primeira rodada de entrevistas com os candidatos e reportagens especiais sobre os temas arborização, terceira idade, estudantes universitários, gestão do Hospital da Criança e ligações de Maringá com cidades vizinhas.
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