Bíblia nos da muitos exemplos de amar o próximo, na verdade esse é o mandamento que Jesus resumiu os outros.
Talvez poderia dizer que isso significa:
-Não guarde rancor, não pratique vingança, porque quando fazemos isso, fazemos contra nós mesmos.
Você e seu próximo são a mesma pessoa, no sentido de serem iguais, muito mais parecidos do que você pensa, o que tem no coração dele, pode ter no seu. Alguém fez mal contra mim, há maldade nele, mas pode haver em mim também, nós comungamos da mesma condição humana. A Capacidade que ele tem de fazer o mal contra mim é a mesma capacidade que eu tenho de fazer o mal contra outro.
Nós somos a mesma maravilha criada a imagem e semelhança de Deus e ao mesmo tempo somos farinha do mesmo saco, por isso não pague o mal com o mal, não pratique vingança, mas ame.
José tem a possibilidade da vingança, vingança é feio falarmos né, então chamamos de justiça. Deve ter passado na cabeça dele: Deus os colocou nos meus pés, Deus os trouxe pra eu fazer justiça.
Queria pensar junto com vocês algumas razões pelo qual José não se vingou dos irmãos;
A primeira razão é: Não se vingou, para não se nivelar ao mal feito contra ele, não se tornar igual aquele que fez contra ele o mal. Maior mal que o malvado pode fazer contra mim e me tornar num malvado igual a ele.
Não quero me tornar igual a vocês, não quero descer ao seu nível de mal, descer onde vocês vivem. Não quero me tornar mal, sabe por quê?
Quando a gente tem um impulso de vingança impulso da maldade, quando a gente tem o impulso de pagar mal com o mal, a gente dá lugar a isso, o mal se instala dentro da gente.
Não que a gente pratica um ato de maldade, a gente começa a ter o caráter mexido e começa a se tornar maldoso, malvado e esse mal contamina nosso coração. Começamos a praticar o mal como padrão porque ele está dentro da gente, começa como vingança ao que nos fizeram mal, depois é rotina. Temos um rancor dentro de nós, tem uma raiva dentro da gente e ela vai dominando nosso coração.
A questão não é esse malvado que agiu contra mim, mas esse malvado que agora habita em mim.
Começo achar que todo mundo é mal, começo a me relacionar de uma forma competitiva, ou uma forma de ativar meus mecanismos de defesa, porque o mal que está em mim eu pressuponho que está dentro do outro e isso que estou querendo fazer com ele é o que ele está querendo fazer comigo, a gente começa a jogar esse jogo de maldades e malvados. Eu não vou me tornar malvado praticando a vingança.
José diz: Fiquem tranquilos irmãos não vou tratar o mal com mal, não vou praticar a vingança.
Segunda razão é: Entre praticar uma vingança e ter uma família José preferiu ter uma família.
Entre vingança e pessoas, ele preferiu as pessoas.
Porque quando a gente paga o mal com o mal, se vinga, faz justiça com as próprias mãos, temos uma falsa sensação de que estamos equilibrando a balança, isso não é verdade. Quando faço o mal contra alguém por mais que minha consciência tente justificar, tente me convencer que o mal que estamos fazendo é justo. Nós estamos empurrando as pessoas para longe de nós.
Se José pagar o mal com o mal nesse momento ele estaria empurrando seus irmãos e família para longe. O mal está no coração da gente, e se nos relacionarmos com os outros de maneira malvada, maldosa, achando que estamos fazendo o que é justo, estamos empurrando as pessoas para longe de nós.
Estamos indo para um lugar chamado solidão, quem se vinga, guarda rancor, e vive de ressentimentos, expulsa pessoas da sua vida e acaba ficando sozinho. Entre a vingança e as pessoas escolha as pessoas.
Se você prefere a vingança, ao aconchego da família, abraço dos amigos, uma hora será só você suas razões e a vingança.
José estava diante disso, entre a vingança e a família ele preferiu a família, entre a vingança e as pessoas ele preferiu as pessoas.
A terceira razão é: Ele não queria se definido pelo mal que foi feito contra ele no passado. Ele queria se libertar mal, da dor que esse mal causou.
Quando você alimenta rancor, vingança/justiça, a gente fica aguardando reparação ressarcimento, pedido de desculpas, perdão ou simplesmente que o outro se ferre. E enquanto isso mora no nosso coração a gente fica numa prisão definida pelo mal que nos foi feito no passado.
Quando não perdoamos nós que estamos presos, perdão é um bem que você faz a você mesmo, o perdão cura não quem fez o mal, cura você mesmo. Perdoar é unilateral, porque eu estou aprisionado nessa gaiola do mal que outro me fez, perdão você faz e não espera do outro, abrir mão da gaiola isso é perdoar. Não se vingue, vença o mal com o bem. O mal bateu em mim e não me fez malvado, preferi pessoas do que a vingança, não me definiu.
Escreva outra história, não com a caneta do mal do passado, mas pela do bem que você pode fazer hoje.
Jogue fora esse veneno, jogue fora esse rancor, vai pelo caminho da paz da reconciliação do contrário só vai te fazer mal.
Seja curado, não doente.
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