Terceira idade e sexo sem tabus

 

Se falar de sexo já causa diversas sensações que vão desde naturalidade até a vergonha, imagine falar sobre sexo na terceira idade? Afinal, isso existe? Claro que sim! Não falamos sobre o assunto, mas deveríamos. Já se perguntou se sua vovó pratica sexo? Oras, se há vida, existe desejo e ele precisa ser experienciado em qualquer idade. A aceitação da sexualidade nessa fase da vida traz bem-estar à terceira idade e aumenta a autoestima dos idosos.

 Isolado, pouco ativo, não atraente fisicamente, assexuado ou incapaz de sentir estímulo sexual. Essas percepções ainda permanecem no imaginário social e, muitas vezes, o próprio idoso acredita nelas. A ideia deturpada sobre sexo e a falta de informações acerca do assunto causam desconforto ao idoso, uma vez que se associa o sexo única e exclusivamente à genitália e à procriação. Tais acepções dificultam a aceitação da sexualidade no “envelhecer”.

Que tal entender o processo de envelhecimento masculino e feminino? No homem, é normal que aconteça a redução da produção de testosterona e espermatozóides; há, entretanto, formas de controlá-la (a redução). A libido permanece tanto para homens quanto para mulheres, a questão é que existem limitações físicas. Na mulher, pode ocorrer dificuldade de lubrificação e atrofia da pele, mas existe medicação para isso. Já para os homens, há tratamento que melhora a ereção. Os homens, às vezes, terão orgasmo, mesmo sem ejaculação, e sem que o pênis esteja ereto. Há redução da sensibilidade na região genital de ambos os sexos, todavia há homens e mulheres sexualmente ativos aos 90 anos.

Uma outra observação importante é sobre os perigos de medicamentos que prometem milagres! A saúde do idoso pode ficar comprometida com o uso inadvertido de medicação sem o devido acompanhamento profissional. Profissionais da saúde devem dar espaço à terceira idade para que se sintam à vontade para falarem a respeito de sexo. Quando não há essa abertura para o diálogo, a procura por informações e soluções para questões sexuais no universo da internet aumenta e isso pode ser perigoso. O idoso precisa entender que sexo vai muito além da penetração. Existem o afeto, o carinho e o toque entre os parceiros e essa cumplicidade prolonga a relação sexual.

Como sexóloga, deixarei algumas dicas para melhorar essa relação “mais madura”: 

Valorize seus momentos de intimidade com seu/sua parceiro/parceira. Beije-o/a sempre; durmam juntos e nus, adaptem-se às alterações.

Não parem a atividade sexual, pois essa parada deteriora o órgão (genital). O sexo, pela perspectiva neurocerebral, traz benefícios ao corpo inteiro. O orgasmo causa uma descarga de endorfina, a qual provocará um efeito calmante e ainda é um potente analgésico, diminuindo eventuais dores no corpo.

Usem “acessórios”; eles são grandes aliados nos momentos de intimidade. Com a escassez de lubrificação, o uso de lubrificantes e óleos para massagens são ótimas opções. Vocês podem redescobrir o prazer com “brinquedinhos” que auxiliam na ereção e no orgasmo feminino. Uma grande novidade é o ovo masturbador!

Quando se trata de prazer, não há regras! Aproveitem a liberdade e as experiências de vida conquistadas ao longo da vida. Lembrem-se de que o prazer não tem idade!

Muitos beijos e aproveitem sem moderação!

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