De vez em quando, há quem me pergunte se o sexo é assim tão importante em uma relação amorosa – como se pudéssemos dissociar a intimidade sexual de todo o resto que caracteriza um relacionamento. Sim, há quem me pergunte “Se duas pessoas se derem mesmo bem, se forem os melhores amigos e forem felizes assim (sem sexo), qual é o problema? ” O “problema” é que é isso que caracteriza uma amizade, não um relacionamento amoroso. É verdade que há casais felizes que já não têm sexo há anos. São amigos. Os melhores amigos. Mas a grande maioria dos adultos precisa de mais do que isso.
Infelizmente, para algumas pessoas (e para boa parte dos meios de comunicação social) a satisfação sexual passa, sobretudo, por ser capaz de experimentar técnicas novas. Há uma ênfase irrealista no desempenho como se cada um de nós fosse mais feliz se pudesse reproduzir diariamente aquilo que mostram os filmes pornográficos.
Não tenho nada contra a pornografia e, na posição de terapeuta, proponho o seu visionamento a alguns dos casais com quem trabalho. A verdade é que a ciência tem mostrado que a satisfação sexual- e conjugal- tem muito menos a ver com desempenho/performance e mais a ver com a comunicação/ ligação em outras áreas. Além do mais, hoje temos oportunidades de provar novas experiências como massagens tântricas, óleos, brinquedinhos, visitinhas a lojas e boutiques eróticas; roupinhas mais ousadas são muito válidas, desde que sejam de comum acordo, entre o casal.
O sexo é como a dança. Quem já experimentou dançar ao som da música de que mais gosta, sabe que é incrível. Com o sexo é a mesma coisa: quando não há ligação emocional, o sexo pode até ser bom, no entanto, quando há uma conexão segura, é muito melhor! Assim como acontece com a dança, quando começamos a praticar e mal conhecemos o nosso parceiro, podem acontecer alguns percalços, algum embaraço, alguns desencontros. Com a prática, vêm a segurança e o entusiasmo.
Os casais mais felizes são aqueles que constroem uma ligação segura e reconhecem a importância do sexo. Usam-no como forma de se conectarem, entregam-se sem reservas e sentem o maior prazer que se pode sentir.
Convido você a refletir: Como está sua vida sexual? Sente-se pleno sexualmente consigo e com seu parceiro?
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