Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com o Itaú Cultural, e divulgada em setembro do ano passado, mostrou que o brasileiro está lendo menos. Entre 2015 e 2019, o país perdeu 4,6 milhões de leitores. O levantamento foi realizado em 208 municípios de 26 estados entre outubro de 2019 e janeiro de 2020. Apenas pouco mais da metade dos brasileiros têm hábitos de leitura: 52%. O número é 4% inferior ao registrado na pesquisa de 2015.
Ainda que os números gerais não sejam tão animadores, alguns recortes sugerem que o futuro pode ser promissor. Se os adultos estão lendo menos, crianças e jovens mantêm o hábito. A única faixa etária que teve aumento de leitores foi a de crianças entre os 5 a 10 anos. Além disso, mesmo com a queda, os pré-adolescentes, com idade de 11 a 13, compõem a faixa etária que mais lê no país: 81%.
Diante desse cenário, podemos estar formando uma geração de leitores diferente da atual, que possam manter a prática na vida adulta. É claro que as responsabilidades vão chegando, as tarefas aumentam e o tempo livre diminui. Mas incentivar a leitura desde cedo faz com que esse hábito seja mantido em qualquer fase da vida.
Para além disso, a leitura na infância é um instrumento poderoso de melhora na percepção do mundo, seus dilemas, suas saídas, as propostas baseadas no diálogo, seja na interação com outros seres humanos, seja com a natureza. É importante também para aprimorar o vocabulário e expandir os conhecimentos da língua, algo que certamente terá impacto na vida adulta também.
Portanto, ler na infância é um hábito muito saudável. Em 2018, um estudo da Academia Americana de Pediatras, intitulado “Ler Com Crianças Começando Na Infância Cria Um Impulso Literário Duradouro”, revelou que a leitura estimula as habilidades cognitivas, sobretudo ao longo da alfabetização.
É importante destacar que as leituras podem acontecer em conjunto, com um clube de leitura infantil, por exemplo, ou em casa, com os pais. O importante é apresentar livros que possam provocar reflexões e aguçar a sensibilidade dos pequenos. Por isso, preparamos uma lista com 7 obras fundamentais da literatura infantil.
Contos de Grimm, de Jacob e Wilhelm Grimm
Este livro de contos publicado em 1812 é um dos maiores clássicos da literatura infantil. São histórias famosas, algumas delas levadas ao cinema, mas que estão em qualquer lista que aborda a leitura na infância. Alguns mais famosos são Branca de Neve, Cinderela, João e Maria e Chapeuzinho Vermelho.
Pé de pilão, de Mário Quintana
Um dos autores mais consagrados da literatura brasileira, o gaúcho Mário Quintana possui uma vasta obra de poemas, inclusive com a temática infantil. Nesta obra, ele narra as peripécias de um menino que é transformado em pato por uma bruxa e vive altas aventuras para reencontrar o seu avô.
Flicts, de Ziraldo
Ziraldo é muito conhecido por ser o criador de O Menino Maluquinho. Mas esta história também vale a pena. Flicts é uma cor rara, que não encontra lugar ao lado de outros tons. A busca dessa cor por uma definição exata abre discussões sobre sensibilidade e respeito às diferenças.
A Bolsa Amarela, de Lygia Bojunga
Um dos clássicos da literatura infantil, Bojunga narra a história de uma menina com desejos reprimidos. Ela quer crescer, ser um garoto e se tornar escritora. As vontades são reprimidas pela família, que não lhe permite sonhar em hipótese alguma.
Uma Lagarta Muito Comilona, de Eric Carle
Publicado pela primeira vez em 1969, este livro de contos já foi traduzido para mais de 50 idiomas. A história narra a vida de uma lagarta extremamente gulosa, que precisa se equilibrar entre a comilança e a própria organização nos dias da semana.
O Meu Pé de Laranja Lima, de José Mauro de Vasconcelos
Outro clássico da literatura brasileira. Publicado em 1969, a história faz sucesso também fora do país, sobretudo em nações de língua portuguesa, como Portugal, Angola e Moçambique. A obra narra a trajetória de Zezé, um menino que pertence a uma família pobre e que descobre no pé de laranja lima seu melhor amigo.
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