Os fabricantes britânicos de armas exportaram 11 bilhões de libras em armas durante 2019 – o segundo maior valor já registrado em toda a história.
As exportações do Reino Unido também excederam as da Rússia e da França pelo segundo ano consecutivo, de acordo com dados oficiais divulgados pelo Departamento de Comércio Internacional (DIT), colocando a Grã-Bretanha em segundo lugar no ranking global, atrás dos EUA.
Ter negociado cerca de 11 bilhões em 2019 é apenas a segunda vez que a marca de 10 bilhões de libras foi ultrapassada em um ano, segundo o departamento de análise, segundo o Jornal 365, novo site de notícias.
Esses números poderiam ser ainda maiores, não fosse a decisão judicial que impede o Reino Unido de negociar armas com a Arábia Saudita, um dos principais compradores de armas no mundo atualmente.
As vendas totais de armas do Reino Unido para a Arábia Saudita foram retomadas em junho deste ano após uma revisão judicial e que contou com a intervenção do secretário de defesa, Ben Wallace, ligando para pessoas em Riade um dia depois da decisão favorável nas cortes internacionais para enfatizar o quanto a Grã-Bretanha estava interessada em continuar vendendo equipamentos e serviços militares.
Nenhuma cifra para o valor das exportações de armas do Reino Unido para Riade está incluída nos dados, embora o instável Oriente Médio continue sendo o maior destino das armas britânicas. A região foi responsável por quase 60% de todas as exportações de armas durante 2019, ante quase 80% no ano anterior.
A Grã-Bretanha também exportou 86 bilhões de libras em armas durante a última década, de 2010 a 2019, com 60% indo para o Oriente Médio. Os principais pedidos incluem jatos Typhoon da BAE Systems que vão para a Arábia Saudita e os estados próximos do Golfo de Kuawait, Catar e Omã.
Ao contrário do governo, a própria BAE divulga o valor de seus negócios sauditas. Seus relatórios anuais dizem que ela vendeu 15 bilhões de libras em armas nos últimos cinco anos, incluindo 2,5 bilhões de libras em 2019 .
Ativistas do comércio de armas disseram que os números deveriam ser “uma fonte de grande vergonha” e acusaram o governo da Grã Bretanha de armar e apoiar a repressão em todo o mundo.
Andrew Smith, um dos diretores Campaign Against Arms Trade, um campanha contra o negócio de armas no mundo acrescentou: “Essas vendas não são apenas números em uma planilha: para pessoas em todo o mundo, podem ser uma questão de vida ou morte. Armas fabricadas no Reino Unido desempenharam um papel devastador no bombardeio do Iêmen liderado pelos sauditas”, afirmou.
Comentários estão fechados.