As obras da artista iraniana Shirin Neshat, que mora em Nova Iorque, vão ficar de fora da exposição “O Nome da Violência”, que será realizada na Câmara de Maringá entre segunda-feira (6/8) e sexta-feira (10/8).
O evento é parte das atividades programadas pela Secretaria Municipal da Mulher para marcar os 12 anos da Lei Maria da Penha. A iniciativa busca, por meio de fotos, cartazes, textos, poemas e estatísticas, demonstrar diferentes visões, de várias partes do mundo, sobre a violência contra a mulher.
Nos trabalhos, selecionados pelo curador da exposição, Paulo Campagnolo, estavam trabalhos da artista iraniana Shirin Neshat. O evento chegou a ser divulgado na cidade junto a um trabalho da artista.
Mas a notícia de que as fotos de Shirin Neshat, de mulheres islâmicas junto com armas, chegou à comunidade muçulmana de Maringá, que reagiu.
As queixas surtiram efeito na Secretaria Municipal da Mulher e o curador Paulo Campagnolo foi censurado. Ele não poderá usar nenhum trabalho de Shirin Neshat na exposição.
A polêmica fez sumir das redes sociais do município, na internet, qualquer menção à exposição. A agenda oficial de eventos do município cita apenas o filme que vai ser apresentado neste sábado (4/8), mas não consta nada sobre a exposição.
Até o final da tarde desta sexta-feira (3/8), não havia nenhuma publicação no Facebook sobre o evento, nem na página da prefeitura e nem na página da secretaria da Mulher.
No portal da prefeitura, foi divulgada a programação do Aniversário da Lei Maria da Penha, mas não há fotos relacionadas aos eventos.
As fotos belas e contundentes de Shirin Neshat não estarão na Câmara de Maringá, mas o trabalho desta artista pode ser visto aqui. A revista Capitolina falou sobre Shirin em 2017.
Paulo Campagnolo já trouxe o trabalho de Shirin Neshat a Maringá. Em 2017, dentro do projeto Convite ao Cinema, ele exibiu o filme “Mulheres sem Homem”, dirigido pela artista. Na ocasião, não sofreu restrições.
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