Errei, que alívio

Tratei dos canários, beijei a família e meti o pé na estrada, com meu cachorro no porta-malas. Solei mais que de costume, de olho no cronômetro, e desta vez não fiquei reparando nas oportunidades de preços de combustíveis mais em conta às margens da rodovia. A coisa tá feia e economizar é preciso, mas a semana começou diferente.

Vesti a bandeira como capa, numa superstição infantil. Assumi a posição de frente à tevê e, no lugar de uma latinha na mão, encaixei uma caneca de café. No intervalo, já com frio na espinha, lembrei dos palpites dos pré-candidatos a presidente e a governador: 3 a 1, 3 a 0 e 2 a 0. E disse pra mim: “Do jeito que tá, ninguém acerta”. Errei, que alívio.

Tudo mudou no segundo tempo. Aí, quem deve ter sentido o desconforto da angústia foram os mexicanos – que no estádio gritavam “olé” – e os leais companheiros que tremem com os rojões. Depois do apito, rodei pra encontrar restaurante aberto na área do Maringá Post. Até o tailandês vegetariano deixou recado porta.

O próximo adversário da seleção brasileira, nas quartas de final, será a Bélgica, que virou em cima do Japão, fazendo 3 quando perdia por 2. O que será, não se sabe. O certo é que não foi apenas a segunda-feira que começou mais tarde. A sexta também acabará mais cedo. E, antes do ponto final, pé-quente foi a governadora que chutou 2 a 0.

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