Saiba quais candidatos a prefeito apoiam e quais pretendem mudar todo o projeto da Maringá Encantada

Candidatos à prefeitura falam sobre a Maringá Encantada e o que pensam sobre as festividades de fim de ano na cidade

  • Desde 2017, as festividades de fim de ano em Maringá ganharam destaque pelas atrações, os grandiosos equipamentos de decoração e os valores gastos com a Maringá Encantada. Em 2020, devido à pandemia do coronavírus, ainda existem dúvidas sobre a realização e formato do evento.

    Segundo a atual administração, a Maringá Encantada movimenta, além do clima de alegria e bem-estar, o cenário econômico na cidade. Em 2018, o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem) constatou aumento de 20,7% na arrecadação do Imposto sobre Serviços (ISS). De acordo com o Codem, naquele ano 203.333 famílias de outras cidades visitaram o evento e deixaram cerca R$ 20,3 milhões em Maringá.

    Apesar disso, os gastos do município, considerados muito altos, provocaram algumas críticas. Em 2019, a prefeitura estimou gastos de aproximadamente R$ 4 milhões com as comemorações do Natal.

    As licitações também são questionadas pelo Observatório Social de Maringá (OSM). No ano passado, o OSM questionou pelo menos três concorrências. Um dos editais, para contratação de serviços de manutenção e ornamentos da decoração, chegou a ser suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR). Após a suspensão, o município revogou a licitação para ajustes no edital.

    O assunto divide opiniões entre os candidatos a prefeito de Maringá. A pedido do Maringá Post eles responderam se pretendem dar continuidade ao projeto Maringá Encantada. Dos 13 candidatos, apenas Dr. Batista (DEM) não respondeu. A opinião do deputado vai ser incluída assim que encaminhada para o site. Veja abaixo o que pensa cada candidato sobre as festividades de fim de ano em Maringá.

    Akemi Nishimori (PL)

    Com outras dinâmicas e ações ousadas, com a participação de toda a sociedade, com custo e benefício adequados.

    Anníbal Bianchini (PTC)

    Sim, quero trabalhar de forma integrada: Desenvolvimento Econômico, Turismo e Cultura. Aproveitar as datas festivas para fomentar nossa rede hoteleira, comércio, bares e restaurantes. Mas quero apresentar propostas diferentes, buscando parcerias público privadas para esses eventos. Ouvir muito o comércio como um todo e propor ações que não fiquem apenas no centro da cidade. Promover artistas locais para terem oportunidade de expor seus trabalhos, os corais, músicos de nossa cidade.

    Acredito termos capital humano o suficiente para fazer um grande evento de qualidade, reduzindo bem os investimentos para termos mais ações em outras datas também.

    Bovo (Podemos)

    Da forma como foi feito nos últimos três anos, não. Porém, eventos de Natal bem organizados, que envolvam de fato a comunidade, as entidades empresariais, que mobilizem a população e atraiam visitantes são importantes.

    Vamos instituir um calendário anual de eventos, em parceria com o Convention & Visitors Bureau e entidades que tenham interesse, com o objetivo de tornar Maringá referência em eventos temáticos, em diversas áreas. Além da promoção de cultura, podem auxiliar na motivação de negócios e turismo.

    Carlos Mariucci (PT)

    Sim. A população tem o direito à cultura e ao fortalecimento de vínculos sociais e comunitários. No entanto, o orçamento deverá ser melhor avaliado, os custos deverão ter maior transparência e mais pessoas da sociedade civil deverão deliberar sobre as escolhas dessas festividades.

    Coronel Audilene (Progressistas)

    Os investimentos em tornar Maringá uma cidade atrativa no Natal começaram com a gestão do Silvio Barros, e o Pupin melhorou, foram evoluindo desde então. Acho que devem avançar se a relação custo/benefício for positiva. Esta avaliação é que precisa ser feita, quanto efetivamente dos gastos retornam para a cidade.

    Eliseu Fortes (Patriota)

    Existe Natal em Maringá desde sempre. Esse investimento que é feito é absolutamente ridículo. O dinheiro do povo de Maringá não é erva daninha para ser desperdiçado desse modo. Já me ofereci para demonstrar que Maringá não consegue recuperar o dinheiro que é gasto no Natal Encantado com impostos. Há 3 anos esse governo faz fake news sobre o assunto. Uma fake news governamental. Eu sempre desmenti essa administração sobre a recuperação do dinheiro do Natal Encantado.

    O que vamos fazer, na nossa gestão, é investir o mínimo necessário e repartir o investimento em vários bairros de Maringá. Não é possível que todos os comerciantes que, no final do não têm mais contas a pagar, sejam ofendidos pela administração da cidade que direciona toda a população para o centro da cidade. A falta de gestão está acabando com os comércios nos bairros e isso precisa parar já.

    Evandro de Freitas Oliveira (PSDB)

    Como empresário, sempre irei apoiar boas iniciativas, mas, não consigo ver nada de “encantado” neste projeto. Não temos nada além de luzes, de movimentos nos centros, deixando bairros à deriva neste período.

    Podemos criar um projeto substancial, que envolva a área do turismo e eventos, a rede hoteleira, trabalhando empresas da cidade para participar de licitação, elaboração de roteiros de festa típica nos bairros, colocando, de fato, Maringá no patamar de cidade polo da região no período do natal. Considero um avanço, mas, ao analisarmos os gastos para proposição deste projeto, constatamos um custo enorme e mal-empregado.

    “Maringá Encantada” poderia ser revertida para ações muito mais promissoras para toda a cidade. A ideia é importante, mas precisa ser melhor administrada, pois o custo está muito acima se comparado a outros eventos do mesmo nível. Precisamos rever este conceito, melhorar muito para compensar o custo, precisamos de gestão. E, em minha experiência de anos como gestor, entendo bem as necessidades para colocar em prática um projeto exitoso.

    Homero Marchese (Pros)

    Vamos decorar a cidade, mas respeitando as prioridades de administração e pagando valores de mercado nas contratações. Não há cabimento em despender milhões de reais de recursos públicos ano após ano em estruturas simples, mas caríssimas. A prefeitura gasta muito e gasta mal, e não consegue diluir os gastos com parcerias com a iniciativa privada, como acontece em Gramado, o alegado exemplo para a festa maringaense.

    O Poder Público costuma responder que os exageros no Natal acabam gerando retorno na forma de arrecadação de tributos, mencionando inclusive um eventual aumento na arrecadação de ICMS, mas o raciocínio é claramente falacioso.

    Professor Edmilson (PSOL)

    Todas as festas populares, inclusive o carnaval, criminalizado pela atual administração, receberão de nós o apoio necessário. Desse ponto de vista, da cultura popular, o Natal Encantado não é uma festa, mas, apenas, a mercantilização da alegria. Faremos todas as festas que pudermos. A alegria e as festas não podem ser um privilégio das classes dominantes. Mas nossas festividades, incluindo o Natal, devem refletir verdadeiramente a cultura de nosso povo e não podem apenas ficar restritas aos interesses mercantis.

    Rogério Calazans (Avante)

    Nosso plano de governo prevê a criação da Maringá Tur, empresa maringaense de turismo. O projeto de natal poderá ter continuidade desde com a capação de recursos privados para a sua execução e, sobretudo, desde consigo contemplar os eixos comerciais dos bairros da cidade. Da forma como está, gasta-se muito dinheiro público e retira a população dos bairros e leva toda para o centro, prejudicando o comércio dos bairros na época do Natal.

    Ulisses Maia (PSD)

    O projeto já está consolidado como iniciativa de grande repercussão, que gera emprego e renda. Não somente será dada continuidade ao projeto, como ele vai se redesenhar a cada ano para alcançar outras regiões da cidade, com atrativos que valorizem a expectativa de lazer e diversão.

    Valdir Pignata (Cidadania)

    Sim, é um bom projeto que movimenta a cidade. Mas precisa ser ampliado para gerar mais emprego e renda, em todos os setores. Agora, é preciso usar o dinheiro público de forma responsável.

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