Novo júri popular do caso Sevilha começa nesta terça. Três acusados retornam ao banco dos réus

Em agosto de 2019, após seis dias de júri popular, o advogado de defesa de um dos réus abandonou o julgamento

  • O novo júri popular do caso Sevilha vai ser realizado a partir desta terça-feira (3/3) pela Justiça Federal de Maringá. O julgamento vai ser realizado no prédio da Justiça do Trabalho de Maringá, com início marcado para as 8h30.

    Em agosto de 2019, após seis dias de júri popular, o advogado de defesa de um dos réus abandonou o julgamento e o juiz federal que presidia a sessão decidiu dissolver o júri.

    Por esta razão, após a aplicação de multa aos advogados que deixaram o tribunal e da nomeação de novos defensores, a Justiça Federal vai realizar um novo júri popular do caso Sevilha.

    No banco dos réus, vão estar novamente três dos cinco acusados pelo assassinato do Auditor-Fiscal José Antônio Sevilha. Os acusados são o empresário Marcos Gottlieb, que teria sido o mandante do crime, Fernando Ranea da Costa, apontado como executor, e o advogado Moacyr Macedo, que teria intermediado o contato entre os dois.

    Conhecido pelo combate às fraudes em importações, Sevilha era chefe da Seção de Controle Aduaneiro em Maringá quando foi alvejado com cinco tiros, em 29 de setembro de 2005.

    A pedido do Ministério Público, o juiz federal Cristiano Manfrim havia decretado a prisão preventiva de Fernando Ranea da Costa, que estava foragido e se entregou no dia 16 de setembro.

    Também cumpre prisão preventiva, desde maio de 2019, o empresário Marcos Gottlieb, enquanto Moacyr Macedo responde em liberdade.

    Outros dois homens também foram indiciados pelo crime: Wilson Rodrigues da Silva, que nunca foi encontrado, e Jorge Luiz Talarico, ex-policial civil, morto na cadeia quando cumpria prisão preventiva por outros crimes.

    José Antônio Sevilha foi assassinado quando saía da casa de sua mãe, por volta das 21h, para visitar a esposa, que estava internada no hospital.

    Ele entrou em seu veículo, que estava estacionado na rua, sem perceber que o pneu dianteiro direito havia sido furado por ação dos criminosos.

    Trinta metros à frente, ao passar num quebra-molas, parou o carro. Foi quando um homem surgiu e disparou à queima-roupa. O Auditor-Fiscal já chegou ao hospital sem sinais de vida, deixando a esposa Mariângela e três filhos.

    O crime teve grande repercussão em Maringá, mobilizando as autoridades e sensibilizando a população. Graças à investigação, chegou-se ao nome do empresário Marcos Gottlieb, dono da importadora de brinquedos Gemini, uma das maiores do Brasil.

    A empresa estava na mira do Auditor, por indícios de fraude e subfaturamento nas importações, e havia sido autuada em cerca de R$ 100 milhões, com toneladas de mercadorias apreendidas.

    O júri popular do caso Sevilha é o primeiro da história da Justiça Federal de Maringá.

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