Após seis dias, advogado abandona julgamento na Justiça Federal de Maringá. Caso Sevilha vai ter novo júri

O primeiro júri popular da história da Justiça Federal de Maringá terminou sem acabar

  • O primeiro júri popular na Justiça Federal de Maringá terminou sem acabar. O polêmico advogado Ércio Quaresma, defensor do empresário Marcos Oliveras Gottlieb, acusado de ser o mandante do homicídio do auditor-fiscal José Antônio Sevilha, abandonou o júri no meio da tarde deste domingo (25/8).

    Ele alegou parcialidade do juiz federal Cristiano Manfrim, da 3ª Vara Criminal da Justiça Federal de Maringá, bem como reclamou dos intervalos para descanso. O júri foi iniciado na terça-feira (20/8) e havia a expectativa de ser concluído nesta segunda-feira (26/8).

    Neste domingo, quando o acusado Marcos Oliveras Gottlieb seria ouvido, Ércio Quaresma decidiu abandonar o júri. A decisão do advogado provocou tumulto no espaço improvisado no primeiro andar da Justiça Federal.

    O Ministério Público Federal defendeu a continuidade do julgamento. O defensor do advogado Moacyr Macedo, outro acusado de participar do crime, também. O magistrado ouviu a opinião dos jurados e foi decidido que o júri popular teria continuidade.

    Neste momento, a defesa de Fernando Ranea, acusado de ser o executor dos tiros que mataram o auditor-fiscal, também decidiu abandonar o júri popular.

    Em meio ao impasse, o juiz Cristiano Manfrim decidiu dissolver o julgamento. Com a decisão, o trabalho realizado desde a terça-feira (20/8) fica perdido.

    O júri popular vai precisar ser realizado em uma nova data, com a escolha de novos jurados, com novas oitivas de todas as onze testemunhas e também com outros depoimentos dos acusados.

    Moacyr Macedo e Fernando Ranea tinham sido ouvidos entre o sábado e a madrugada deste domingo. Além da dissolução do julgamento, o juiz federal, a pedido do Ministério Público, decretou a prisão preventiva de Fernando Ranea. Gottlieb também se encontra preso preventivamente desde maio de 2019.

    O crime de homicídio aconteceu no dia 29 de setembro de 2005. Os réus foram pronunciados em 25 de junho de 2016, quando o juízo federal reconheceu que havia materialidade e indícios de autoria, encaminhando o feito à competência exclusiva do Tribunal do Júri.

    Segundo a investigação da Polícia Federal, o auditor-fiscal foi vítima de uma emboscada. O crime foi encomendado porque o servidor da Receita Federal investigava fraudes nas importações de uma empresa de brinquedos, de propriedade de Marcos Oliveras Gottlieb.

    As investigações da PF concluíram que o empresário contratou Fernando Ranea da Costa para assassinar o auditor, e Moacyr Macedo foi quem fez a aproximação entre o atirador e o mandante do crime. Os três réus alegam inocência.

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