Juiz de Maringá multa em cem salários mínimos cada advogado que abandonou o júri do caso Sevilha

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Cada um dos sete advogados que abandonou o júri do caso Sevilha, em Maringá, no domingo (25/8), vai ser multado em cem salários mínimos. A informação foi confirmada nesta quarta-feira (28/8) em nota encaminhada pelo juízo da 3ª Vara Federal de Maringá ao portal Maringá Post.

Atualmente, o salário mínimo brasileiro é de R$ 998, o que faz com que cada advogado seja cobrado em cerca de R$ 99,8 mil. O juízo esclareceu que houve o “abandono injustificado do plenário por sete advogados de defesa de dois dos réus em julgamento.”

O advogado Ercio Quaresma, um dos seis defensores do empresário Marcos Gottlieb, proprietário da importadora de brinquedos Gemini, que é acusado de ser o mandante do homicídio contra o auditor-fiscal José Antônio Sevilha, chegou a divulgar nas redes sociais um vídeo do discurso que fez antes de deixar o plenário.

Diante do abandono dos advogados, o juiz federal Cristiano Manfrim determinou a dissolução do Tribunal do Júri. A medida foi tomada, segundo explica a nota oficial da Justiça Federal, que “O juiz entendeu que esse fato constituiu desrespeito e abuso do direito de defesa. O julgamento se encontrava em estágio avançado, restando apenas um réu para ser interrogado quando os advogados abandonaram a sessão.”

Na mesma decisão que determinou a dissolução prematura do Conselho de Sentença, foi decretada a prisão de Fernando Ranea da Costa, acusado de ser o autor dos tiros. Ele não estava na Justiça Federal quando houve a dissolução e se encontra foragido. O acusado Marcos Gottlieb permanece preso preventivamente desde maio de 2019.

Como o primeiro júri popular da Justiça Federal de Maringá terminou sem acabar, um novo julgamento vai precisar ser realizado em uma nova data, com a escolha de novos jurados, com novas oitivas de todas as onze testemunhas e novos depoimentos dos acusados. Ainda não há previsão de quanto isso vai ser realizado.

Para o advogado Odel Antun, contratado pelo Sindifisco Nacional como assistente de acusação no caso Sevilha, o abandono do júri pelo advogado Ércio Quaresma foi uma estratégia da defesa do empresário acusado de homicídio ao perceber o convencimento dos jurados acerca da participação dos réus no crime.


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