Advogado do Sindifisco lamenta abandono de júri no caso Sevilha. Ércio Quaresma divulga discurso

O primeiro júri popular da história da Justiça Federal de Maringá teve de ser dissolvido

  • Para o advogado Odel Antun, contratado pelo Sindifisco Nacional como assistente de acusação no caso Sevilha, o abandono do júri pelo advogado Ércio Quaresma foi uma estratégia da defesa do empresário acusado de homicídio ao perceber o convencimento dos jurados acerca da participação dos réus no crime.

    “A acusação só tem a lamentar o abandono de plenário e espera que o júri se realize o mais brevemente possível para que a gente possa fazer, finalmente, justiça ao Auditor Sevilha”, avaliou. O primeiro júri popular da história da Justiça Federal de Maringá teve de ser dissolvido no domingo após o abandono do tribunal por advogados.

    Com a dissolução do julgamento, todos os procedimentos precisarão ser refeitos. Todos as testemunhas e réus terão que prestar novo depoimento, além de ser necessário o sorteio de novos jurados. O juiz federal Cristiano Manfrim, a pedido do Ministério Público, decretou a prisão preventiva de Fernando Ranea, acusado de atirar no auditor-fiscal José Antônio Sevilha, em setembro de 2005.

    O empresário Marcos Gottlieb, proprietário da importadora de brinquedos Gemini, à época, investigada pelo auditor-fiscal, é apontado na investigação da Polícia como o mandante do crime. Depois que o advogado Ércio Quaresma decidiu abandonar o júri, Gottilieb recusou ser defendido por outro profissional da banca de advogados que o acompanhava. Ele se encontra preso preventivamente desde maio de 2019.

    Para o Sindifisco Nacional o caso Sevilha é ilustrativo dos riscos do trabalho do auditor-fiscal no combate a delitos tributários e aduaneiros, o que expõe uma deficiência estrutural do Estado brasileiro. Casado e pai de três filhos, o auditor, que era chefe da Seção de Controle Aduaneiro da Receita Federal em Maringá, tinha 43 anos.

    Até as 20h25 desta segunda-feira (26/8) a Justiça Federal do Paraná não divulgou nenhuma informação a respeito da dissolução do júri. A reportagem do Maringá Post questionou a Justiça Federal sobre quem vai ficar responsável pelos custos com a realização de seis dias de julgamento, mas ainda não obteve resposta.

    O advogado Ércio Quaresma divulgou um vídeo nas redes sociais com o discurso que fez no tribunal da Justiça Federal antes de deixar o local.

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