Dentro do segmento de alimentos e bebidas, o setor que mais cresce é o de Food Service, que engloba bares, restaurantes, padarias, hotéis, sorveterias etc. Atualmente, representa cerca de 33% do mercado, segundo declaração de Rafaela Natal, consultora de Food Service da AGR Consultores e Membro do Grupo Técnico da Associação Nacional de Restaurantes, à revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios. Ainda segundo ela, a expectativa é que o food service represente 40% do gasto total com alimentos e bebidas dentro de dez anos. Esse segmento próspero dentro da área de alimentação tem tendências claras para os próximos anos. Naturalmente, conhecê-las é fundamental para empresários do setor ou para quem pretende investir no ramo.
O crescimento do segmento de comidas saudáveis é uma das principais delas. Esse mercado movimentou R$ 93,6 bilhões em vendas no país em 2017 e nos colocou em quinto lugar no ranking mundial.
De fato, “Saudabilidade e bem-estar” é um dos itens que aparece como tendência na publicação “Brasil Food Trends 2020” (“Tendências Alimentares Brasileiras 2020”, em tradução livre). O documento é fruto de uma pesquisa realizada a partir de entrevistas com moradores das capitais do país. A iniciativa de elaboração foi do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital) e a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
O brasileiro está disposto a pagar mais por alimentos que apresentem maior valor nutricional.
Quatro em cada cinco brasileiros garantem que investiriam mais para ter esse benefício, segundo relatório Tendências Mundiais de Alimentação e Bebidas 2017 da agência de pesquisa Mintel. Sendo assim, investir em cardápios com essas características e em embalagens que destaquem os benefícios dos alimentos são cuidados importantes para os empresários do setor.
Outro desafio importante às empresas da área é que as alternativas saudáveis sejam também saborosas. Ser nutritivo e gostoso nem sempre é fácil, mas é outro ponto essencial. Isso porque obter prazer alimentar também integra as tendências do setor até 2020 e aparece no item “Sensorialidade e prazer” do relatório “Brasil Food Trends”. O interesse pelas artes culinárias e experiências gastronômicas alavanca o segmento dos produtos gourmet e premium. Esses principalmente dedicados à população de mais alta renda ou consumidores emergentes.
Em reforço a esse diagnóstico, Sergio Molinari, consultor que ajuda pequenas e médias empresas de food service a se preparem para o futuro, apontou características do mercado de alimentação no PEGN Labs, evento com empresários do setor de alimentos, promovido pela revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios em São Paulo agora em junho. Para ele, os empresários devem ficar atentos a pontos como:
- Investimento na sofisticação das marcas: tanto na estrutura dos estabelecimentos, quanto nas receitas;
- Atenção para as receitas saudáveis e uso de ingredientes orgânicos;
- Modificação constante para ser notado pelo cliente, como tem feito grandes marcas a exemplo de McDonald’s e Subway;
- Investimento em inovações tecnológicas;
Quanto a esse último item, o evento também estimulou discussões sobre a importância de qualificar o atendimento via Internet, considerando que essa é uma rede de pessoas.
Confira as outras macrotendências para o setor de alimentação segundo o “Brasil Food Trends 2020”:
3.Conveniência e praticidade:
Destacam-se empresas com oferta de produtos/serviços que poupem tempo e esforço por parte dos consumidores. São exemplos: produtos delivery, refeições prontas, semi-prontas, e para preparo em micro-ondas, etc.
4.Confiabilidade e qualidade:
O investimento em selos de qualidade e certificados de gestão de qualidade são atrativos para o consumidor. Informar suas boas práticas de fabricação e controle de riscos nas embalagens é fator de credibilidade para as marcas. Quanto mais bem-informado, mais se preocupa com a origem e o tipo de processamento do produto.
5.Sustentabilidade e ética:
Os hábitos de consumo passam a ser influenciados pela preocupação com causas sociais e meio ambiente. Logo, as marcas chamam a atenção por suas práticas de promoção do meio e das comunidades a que estão ligadas. Se oferecem produtos de origem bovina, por exemplo, deverão comprovar que não estão associados a maus tratos com animais. Se atuam com comunidades de pequenos agricultores, serão muito valorizadas as iniciativas para promovê-las e não explorá-las.
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