Minimalismo X Maximalismo: menos sempre é mais?

 

Você muito provavelmente já ouviu a máxima “menos é mais” nos mais diversos contextos, repetida como uma verdade absoluta. Se o assunto é moda e estilo, não é raro usar a frase como uma regra – mas será que é assim mesmo que funciona? 

O minimalismo como filosofia é uma opção de estilo de vida que visa reduzir tudo apenas ao que é essencial, e seu conceito está intimamente ligado aos hábitos de consumo. Não é exatamente dessa vertente de minimalismo que pretendo falar aqui, mas do minimalismo estético, do estilo de vestir minimalista – mais focado no design das roupas do que nos adornos. Geralmente ele é colocado em contraposição ao maximalismo, a estética do mais é mais. Essa é uma comparação com a qual eu não concordo muito, e acho impossível dizer que uma é melhor que a outra pelo simples fato de que são escolhas muito subjetivas que dizem respeito à personalidade e ao estilo de cada um.

 

Minimal

 

Refinamento e atemporalidade. Estas são as palavras-chave para definir o estilo minimalista. Apesar do visual mais limpo e aparentemente simples, não se trata apenas de ser básico. Um dos mais importantes pilares do minimalismo é a execução impecável; a qualidade do design, materiais e acabamentos são essenciais nesse sentido, já que quando os excessos são eliminados, esse tipo de detalhe fica bem mais exposto. A cartela de cores pende sempre para a neutralidade. A estética minimal tem a ver com uma essência mais prática e dinâmica, porém extremamente sofisticada – um produto de seu tempo, do aqui e do agora.

 

More is more

Já diria a fashionista centenária Iris Apfel: mais é mais, e menos é uma chatice. Para os adeptos do maximalismo, o equilíbrio vem da combinação das mais diversas referências – tudo ao mesmo tempo. Essa estética excêntrica e barroca é terreno fértil para os criativos de todos os tipos (como a Elke Maravilha, de quem já falei aqui na coluna). Sobreposições, acessórios e cores: o excesso é imperativo – mas também não é bagunça. Esse estilo over tem compromisso com a harmonia – bastante peculiar, é verdade, porém notável. O vintage e o artístico ocupam espaço nessa estética laboriosa e rica em detalhes, tão contemporânea quanto o minimalismo, mas que olha para o passado e nos leva até ele como num passeio por um antiquário.  

Quando digo que não concordo com as comparações entre minimalismo e maximalismo é porque acredito que ambos têm sua validade. O melhor de se viver no agora é que há espaço para expressar subjetividades, experimentar e descobrir o que faz mais sentido para cada um – seja minimal ou seja over.

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