Motorista do Porsche acusado de homicídio diz que não teve ‘sensação’ da velocidade em que estava

Fernando Sastre de Andrade Filho ainda alegou que não consumiu bebida alcoólica antes do acidente. No entanto, os amigos dele afirmam o contrário.

  • Tempo estimado de leitura: 3 minutos

    Após o trágico acidente que tirou a vida do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, acusado de dirigir embriagado, vem à público alegando falta de percepção da velocidade.

    Em declarações prestadas neste domingo (5/5), Fernando Filho negou ter consumido bebidas alcoólicas antes do evento ocorrido em 31 de março, na zona leste de São Paulo.

    “Não consumi [bebida alcoólica]. Não bebi no primeiro ambiente, não bebi também na casa de pôquer”, disse.

    O empresário alegou também não ter sentido a sensação de alta velocidade durante a condução do veículo.

    “Dentro do carro, não tive essa sensação de que estava em tamanha velocidade. Seria válida uma segunda perícia, uma segunda análise.”

    A prisão preventiva de Fernando Filho foi decretada na última sexta-feira (3/5) pela Justiça, e desde então, ele é procurado pela Polícia Civil. O empresário relatou ter permanecido no local do acidente por cerca de uma hora a uma hora e meia, contradizendo as análises de câmeras que indicam um tempo de aproximadamente 40 minutos.

    Quando questionado sobre sua omissão em buscar atendimento médico após ser liberado pelos policiais, Fernando explicou ter ido em casa para pegar sua carteirinha do plano de saúde, onde acabou se medicando após se sentir nervoso diante da situação.

    “Quando chego em casa, tenho um alto descontrole, fico muito nervoso com tudo aquilo que está acontecendo e aí ela me dá um remédio. Aí, eu apago”, relatou.

    A família de Ornaldo da Silva Viana, que morreu no acidentge, expressou descontentamento com os supostos pedidos de desculpa de Fernando Filho.

    “Para ser sincero, não senti nele um pingo de arrependimento, uma emoção da parte dele. Tanto que depois que vi a filmagem das câmeras ele sequer pergunta do meu pai e a mãe dele muito menos”, disse Lucas Morais da Silva, filho da vítima. “Trataram meu pai igual a um nada.”

    Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O laudo do Instituto de Criminalística indicou que a velocidade média do Porsche conduzido por ele era de 156 km/h, muito acima do limite permitido na via. O empresário se apresentou à polícia mais de 36 horas após o acidente, admitindo apenas ter ultrapassado levemente o limite de velocidade.

    A investigação também aponta para a possível influência do consumo de bebidas alcoólicas antes do acidente, contradizendo as declarações do empresário. Os amigos de Fernando Filho relataram que o grupo consumiu nove drinks em um restaurante antes de se dirigirem a uma casa de poker.

    A polícia está investigando o caso, incluindo a conduta dos policiais que atenderam a ocorrência e permitiram que Fernando Filho deixasse o local sem realizar o teste do bafômetro.

    Comentários estão fechados.