Prefeitura de Maringá projeta arrecadar R$ 117 milhões a mais em impostos em 2026

Texto da Lei Orçamentária Anual (LOA) do ano que vem foi concluído pelo Executivo e entregue à Câmara Municipal. Números mostram que, mesmo se o reajuste do IPTU não fosse aprovado, cidade estaria propensa a arrecadar R$ 47 milhões a mais em tributos em 2026 no comparativo com 2025. Número não considera os repasses do Estado e da União.

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    A Prefeitura de Maringá projeta arrecadar, em 2026, R$ 117 milhões a mais em impostos do que no comparativo com 2025. Para o ano que vem, a estimativa é de R$ 1,2 bilhão de arrecadação com tributos e taxas, de acordo com o texto da Lei Orçamentária Anual (LOA), que foi concluído pelo Executivo e deu entrada na Câmara de Vereadores no dia 30 de setembro.

    O texto está sob análise do legislativo, que precisará aprovar o projeto nas próximas semanas. No papel, os números mostram que, mesmo se não houvesse o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), aprovado na semana passada, a cidade estaria propensa a arrecadar, ao menos, R$ 47 milhões a mais com a soma de todos os tributos no ano que vem, na comparação com o orçamento deste ano.

    Na somatória dos tributos, entram IPTU, Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), além de taxas e contribuições. Para este ano, até dezembro, a projeção é pela arrecadação de R$ 1,1 bilhão com essas tributações.

    Para o ano que vem, a LOA também projeta aumento de R$ 60 milhões nas Transferências Correntes do Estado e da União. Para 2025, as Transferências devem somar R$ 1.394.772.000, enquanto que para 2026 a projeção é de R$ 1.454.868.000. Somando Impostos e Transferências Correntes, Maringá deverá arrecadar R$ 177 milhões a mais em 2026, no comparativo com o ano atual.

    O orçamento estimado da cidade para o ano que vem ultrapassará os R$ 3,5 bilhões, o maior da história de Maringá. O Maringá Post entrou em contato com a Prefeitura de Maringá para comentar os números e aguarda um retorno.

    Reajuste do IPTU representará R$ 70 milhões a mais no caixa

    O reajuste no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) representará um aumento de 2% na receita projetada para o ano que vem. O projeto, de autoria do Executivo, já foi aprovado em duas discussões na Câmara e sancionado na última quinta-feira (2), estando apto para entrar em vigor em 2026.

    De acordo com um material institucional produzido pela própria Prefeitura de Maringá, o reajuste de 30,3% no tributo concedido de forma linear – ou seja, o mesmo percentual será aplicado para toda a população – implicará em um aumento aproximado de R$ 70 milhões com a arrecadação, saindo de uma projeção de R$ 324 milhões para R$ 394 milhões com o imposto.

    Em coletiva de imprensa na manhã de sexta-feira (3), o prefeito Silvio Barros (PP) foi questionado sobre o impacto que um percentual, aparentemente baixo, terá nas contas públicas. De acordo com o chefe do Executivo, dentro da realidade atual do município, o valor será significativo. Ele ponderou sobre a perda da capacidade de investimentos observada nos últimos anos e a necessidade da cidade aumentar os recursos livres.

    “A Prefeitura de Maringá tem uma capacidade de investimento que não passa de 2% do orçamento. É muito baixo. Se a gente comparar com o que a gente deixou quando eu saí da Prefeitura, que era 20%, a diferença é brutal. Então, nos últimos anos, houve um posicionamento político da gestão de transferir recursos de investimento para custeio, foi uma decisão política e eu não estou aqui para questionar, a população de Maringá aprovou isso. Quando você transfere recursos de fonte livre de investimento para custeio, ou seja, para a máquina, isto é irreversível, não volta nunca mais. Então, é preciso que a gente recomponha capacidade de investimento e precisamos de recurso livre, arrecadação própria da Prefeitura que não esteja vinculada. Vocês todos ouviram as declarações de que ficou R$ 340 milhões no caixa. Deste, R$ 240 milhões estavam vinculados e mais R$ 40 milhões comprometidos com convênios, ou seja, não ficou dinheiro para a gente poder cobrir as necessidades da população. Então, a população precisa de atendimento, que a gente sempre deu, e que agora não temos capacidade para dar. Então, quando você fala que é pouca coisa, não, não é pouca coisa. Dentro da realidade que nós vivemos hoje, não é pouca coisa”, explicou.

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