Durante a reconstituição do assassinato da bailarina maringaense, Maria Glória Poltronieri Borges, 25 anos, na manhã desta sexta-feira (6/3), Flávio Campana, 40 anos, principal suspeito do crime, voltou a negar que matou a jovem.
Representantes do Ministério Público, dois delegados, investigadores, peritos do Instituto de Criminalística, escrivães e testemunhas também estavam presentes e movimentaram a área rural de Mandaguari, onde aconteceu o crime.
Segundo o delegado da Divisão de Homicídios de Maringá, Diego Elias de Almeida, Campana negou que estuprou a bailarina e declarou que fez sexo consentido com ela. A situação não é plausível para os delegados responsáveis pela investigação.
“Durante a reconstituição ele conta que viu a jovem nas pedras da cachoeira e achou ela bonita. Depois, ele teria descido até lá e acabaram conversando. Segundo o suspeito, teria rolado uma afinidade e foi quando eles decidiram atravessar o rio e tiveram relação sexual consensual”, conta o delegado.
Segundo a polícia, Campana sustenta a versão do sexo consensual por causa do material genético (DNA) dele ter sido encontrado no corpo da bailarina. Essa é a principal prova da participação do suspeito no crime.
Outro detalhe levado em consideração é o fato do suspeito já ter sido condenado por estupro em 1998. No caso em questão, que aconteceu em Rio Bom, noroeste do Paraná, Campana também declarou que a vítima consentiu a relação sexual.
Além da condenação por estupro, Campana possui várias passagens na polícia por agressões a mulheres.
Uma das perguntas que os policiais esperavam esclarecer na reconstituição era da participação de uma segunda pessoa no crime. Segundo Almeida, até agora não há evidencias que comprovem a participação de outra pessoa.
Apesar da falta de evidências, a Polícia Civil de Maringá e Mandaguari aguardam o resultado de DNA feito com as amostras do material genético de um amigo de Campana, que estava com o suspeito na cachoeira.
A jovem Magó foi encontrada morta no domingo (26/1) próxima a uma cachoeira na zona rural de Mandaguari. A Apuração do Instituto Médico Legal (IML) apontou que a causa da morte foi enforcamento e que Magó foi abusada sexualmente.
A morte da bailarina causou comoção nas redes sociais e levou milhares de pessoas a saírem em protesto nas ruas de Maringá. O caso também ganhou proporção em outras cidades com atos em repúdio ao feminicídio.
Neste domingo (8/3), Magó vai ser homenageada com a confecção de um mosaico na Praça da Catedral de Maringá.
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