O Conselho de Extensão e Pesquisa (CEP) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) vai discutir na quinta-feira (1/8), às 9h, a retomada do calendário acadêmico que está suspenso por causa da greve dos servidores. A retomada do calendário é uma exigência da Comissão de Política Salarial (CPS) do Governo do Estado para renovar o contrato dos professores temporários.
Na manhã desta terça-feira (30/7), o Comando de Greve se reuniu com o reitor da UEM, Julio César Damasceno, e pediu para que ele aguardasse e não convocasse o CEP neste momento. No entanto, Damasceno decidiu convocar os membros do órgão para resolver a questão ainda nesta semana.
Na segunda-feira (29/7), a CPS autorizou o total de 18 mil horas semanais de trabalho docente para a UEM, o que permite a renovação do contrato de 104 professores que vencem no dia 31 de julho.
A assessoria de imprensa da universidade informou que as 18 mil horas semanais são para os 443 professores temporários que atendem a demanda da instituição. A conta inclui os 104 contratos que precisam ser renovados e mais 29 docentes que devem ser contratados.
O reitor da UEM, Julio César Damasceno, explicou que os professores temporários substituem servidores efetivos que se aposentaram, faleceram ou foram exonerados. Segundo a instituição, há um déficit de 913 funcionários acumulado desde 2014.
“[A liberação das 18 mil horas] é uma notícia muito boa e garante a normalidade das atividades na universidade. No entanto, nós precisamos não só da garantia de carga horária de professores temporários, mas da liberação de professores efetivos para UEM”, afirmou Julio Damasceno.
Sinteemar mantém a greve
Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Maringá (Sinteemar), José Maria Marques, a possível retomada do calendário acadêmico não afeta a greve. “A gente continua com o movimento até que o governo apresente o projeto de lei da data-base na Assembleia. A dificuldade é que, como a instituição é espalhada [em várias cidades], seria difícil identificar se tem algum professor dando aula ou não”.
O presidente do Sinteemar afirmou que o sindicato respeita a decisão de cada servidor em aderir ou não a greve. No entanto, ele disse acreditar que, mesmo se o calendário for retomado, a categoria deve continuar unida. “A categoria está bem consciente dessa questão de manutenção da greve porque a proposta do governo é ruim. Acredito que os docentes não vão voltar a dar aulas, estou acreditando na consciência política dos nossos técnicos e professores”.
A greve na instituição foi aprovada em assembleia unificada realizada no dia 26 de junho. O movimento na universidade também afetou alguns dos serviços do Hospital Universitário.
Comentários estão fechados.