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Manter uma rotina de treinos pode parecer confortável, mas também limita os resultados ao longo do tempo. Segundo especialistas da área da saúde, o corpo tende a se adaptar às atividades físicas após um período, tornando os movimentos mais fáceis e reduzindo o gasto energético. Para evitar essa estagnação, a alternativa é variar os exercícios.
Estudos comprovam que a variação do treino pode ser benéfica paras aspectos físicos – ajudando na perda de peso, no ganho de massa muscular e na melhora da performance – e mentais, uma vez que aumenta a motivação para a realização de atividade física.
Diferentes modalidades já adotam a estratégia. Há aulas de musculação, crossfit, yoga, funcional e dança que buscam trazer sempre novos estímulos para os alunos. Entender as questões relacionadas à variação dos treinos é tão importante quanto comprar conjuntos fitness para treinar.
Quem começa a rotina em uma academia logo percebe que os profissionais de educação física costumam atualizar a planilha de treinos dos alunos com frequência, e o motivo por trás disso tem a ver com a potencialização dos resultados.
O educador físico e mestrando em Ciências da Atividade Física pela Universidade de São Paulo (USP), Renato Alves, explica à imprensa que, quando ocorre uma adaptação e o aluno consegue realizar os exercícios com mais eficiência, há também uma redução no gasto de energia. Por isso, os profissionais tendem a variar os treinos para que o condicionamento físico continue evoluindo.
Não é à toa que muitos influenciadores do mundo fitness costumam compartilhar, nas redes sociais, a rotina de treinos e a variação de exercícios ao longo dos dias da semana. Esses influencers mesclam conteúdos de atividade física com outras temáticas desse universo, como indicação de lojas que trabalham com blusas, tops e short fitness, por exemplo.
Renato aponta que variar os treinos pode ajudar a alcançar objetivos como perda de peso e ganho de massa muscular com mais assertividade, além de trazer motivação para o aluno.
A motivação é a conclusão de um estudo publicado na National Library of Medicine. A pesquisa dividiu mulheres em dois grupos: um que realizava sempre os mesmos exercícios e outro que variava ao longo das semanas.
Após 10 semanas, os pesquisadores constataram que a principal mudança entre os grupos foi a motivação para continuar os treinos. Os níveis de ânimo reduziram no grupo que não teve variações no treino, o que, a longo prazo, pode levar ao abandono das atividades físicas.
Hora de mudar os treinos
Em entrevista à imprensa, o também professor de educação física Bruno Barcellos aponta que a troca dos treinos deve acontecer a cada quatro ou oito semanas, mas esse ciclo também depende da frequência do aluno e da estratégia criada pelo profissional.
Outro indicador de que chegou a hora de mudar o treino é quando o aluno percebe que os exercícios estão ficando fáceis demais. A mudança também pode acontecer quando o objetivo inicial já foi alcançado e se inicia a busca por uma nova meta.
Por exemplo, se antes o foco era a perda de gordura, ao alcançar esse objetivo, o profissional pode repensar o planejamento dos treinos para iniciar a meta de desenvolvimento de músculos.
Por isso, Barcellos destaca que é importante estar sempre em contato com o professor responsável pela planilha de treinos. Esse profissional precisa estar ciente das dificuldades, evoluções e necessidades do aluno para garantir um melhor desempenho e reduzir os riscos de lesões ou outros problemas.
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