Em abril, vereador questionou se era possível instalar cercas elétricas em CMEIs de Maringá; Seduc descartou a medida

Nessa segunda-feira (24), um homem foi preso após pular o muro do Centro Municipal de Educação (CMEI) Íria de Castro, em Maringá, armado com uma faca.

  • Nessa segunda-feira (24), um homem foi preso após pular o muro do Centro Municipal de Educação (CMEI) Íria de Castro, em Maringá, armado com uma faca. Município reforça que todas as unidades escolares contam com segurança privada.

    Por Victor Ramalho

    Nessa segunda-feira (24), um homem foi preso após pular o muro do Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Íria de Castro, no Jardim Andrade, em Maringá, armado com uma faca. Segundo a Polícia Militar (PM), o rapaz foi contido por um funcionário da escola até a chegada das forças de segurança e, felizmente, ninguém ficou ferido. No momento, a Polícia Civil investiga a possibilidade do autor, que não teve a identidade revelada, estar em surto durante o ocorrido ou se ele tinha mesmo a intenção de ferir alguém.

    Tentando inibir esse tipo de situação, no dia 10 de abril deste ano o vereador Delegado Luiz Alves (Republicanos) protocolou na Câmara de Maringá o requerimento Nº 474/2023, onde questiona o município sobre a possibilidade aumentar a altura dos muros dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs), bem como a instalação de cercas elétricas e concertinas, com o objetivo de “impedir o ingresso de malfeitores nos estabelecimentos e garantir a segurança dos alunos e servidores”.

    O requerimento foi votado e aprovado na sessão do dia 2 de maio, sendo encaminhado para o Executivo seguindo o procedimento padrão: se a demanda pudesse ser atendida, que se determinasse uma data para tal e, se não pudesse, que informassem os motivos.

    A resposta foi enviada ao gabinete do parlamentar por meio de um despacho da Secretaria Municipal de Educação (Seduc), com data do dia 26 de maio e assinado pela secretária municipal de Educação, Nayara Caruzzo. No documento, o município alega que as medidas sugeridas pelo vereador seriam descartadas momentaneamente, explicando os motivos.

    Na resposta, a Seduc afirma que “é necessário avaliarmos e diferenciarmos os equipamentos de Educação dos equipamentos de Segurança Pública, como os presídios, cadeias e centros de detenção.” Em um outro trecho, a pasta argumenta que os muros dos CMEIs seguem a altura padrão que garante a visibilidade interna das unidades, para que a comunidade externa também possa identificar qualquer anormalidade.

    Ainda no despacho, o município também afirma que “a inserção de cercas elétricas ou concertinas em escolas trazem a ideia de confinamento e prisão, desenvolvendo aos ocupantes das unidades o sentimento de insegurança, aprisionamento e consequentemente o seu adoecimento ao longo do tempo”, ressaltando que as medidas sugeridas por Luiz Alves estariam descartadas momentaneamente.

    No mesmo documento, a Secretaria de Educação destaca as medidas já em andamento pela pasta para aumentar a segurança das unidades de ensino, como a inclusão de protocolos de segurança, instalação do botão do pânico com linha direta para a Guarda Municipal em todas as unidades, bem como a contratação, por parte do poder público, de segurança privada para todas as escolas municipais.

    Conforme a Prefeitura de Maringá, o botão do pânico foi acionado no CMEI Íria de Castro nessa segunda-feira (24), além da Polícia Militar (PM) pelo 190, o que permitiu o rápido deslocamento das forças de segurança. Foi a primeira vez que o dispositivo foi acionado em uma unidade de educação de Maringá desde a sua instalação, em abril deste ano.

    Em Maringá, a segurança privada nas 116 unidades escolares está em vigor desde o dia 22 de abril. Após o incidente dessa segunda-feira (24), o município informou, por meio de nota, que já está com um processo em andamento para a compra e instalação de câmeras de segurança dentro dos CMEIs. Na mesma nota, a Prefeitura informou que uma das seguranças contratadas pelo município para atuar na unidade ajudou na contenção do suspeito. Leia a nota na íntegra:

    “A Prefeitura de Maringá informa que não houve registro de feridos. A agente de segurança da unidade, contratada pelo município, agiu rapidamente na contenção do suspeito. A Polícia Militar e a Guarda Civil Municipal foram acionadas, o suspeito foi encaminhado para a 9ª Subdivisão Policial e a faca que ele portava foi apreendida. O município trabalha na prestação de apoio aos servidores, alunos e familiares.

    A gestão municipal reforça que as 116 unidades escolares da rede municipal contam com seguranças particulares, além de linha direta e exclusiva para as unidades entrarem em contato com o Centro de Controle Integrado (CCI), que conta com equipes da Guarda e Polícia Militar, e botões do pânico. Além disso, há processo em andamento para compra de câmeras de segurança para todas as unidades, entre outras medidas de segurança que foram implantadas nos Centros Municipais de Educação Infantil (Cmeis) e escolas.”

    Foto: Reprodução/Plantão Maringá

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