Na gestão de Ulisses Maia (PSD), a Prefeitura de Maringá realizou R$ 85 milhões em empréstimos. Em 2019, o município assinou convênio com o Banco do Brasil para um empréstimo de R$ 59,5 milhões para reforma dos centros esportivos da cidade, do Centro Social Urbano (CSU), instalação de aquecedores em piscinas públicas e outras obras.
E em 2020, a prefeitura assinou outro convênio com a Caixa Econômica Federal para empréstimo de R$ 26 milhões. O processo tramitava desde o ano passado. O dinheiro será utilizado para reforma do Terminal Rodoviário, das praças José Bonifácio e Monsenhor Bernardo Cnudde e construção das Unidades Básicas de Saúde (UBS) do Conjunto Paulino Vieira Filho e do Maringá Velho.
Neste ano, a Câmara de Maringá aprovou outro empréstimo de R$ 3,3 milhões para instalação de painéis de energia solar em 35 escolas municipais.
Os empréstimos foram amplamente discutidos pelos vereadores e até criticados por alguns que entendiam que poderiam render altos juros para o município. O Observatório Social de Maringá (OSM) alertou que o empréstimo aumentava a dívida consolidada do município.
Em entrevistas ao Maringá Post, o prefeito Ulisses Maia (PSD) defendeu a necessidade de pegar dinheiro emprestado para realização de obras e disse que algumas críticas feitas aos empréstimos eram apenas por motivos eleitorais.
A pedido do Maringá Post, os candidatos a prefeito de Maringá responderam se pretendem fazer empréstimos para realização de obras, caso sejam eleitos. Dos 13 candidatos, apenas Dr. Batista (DEM) não respondeu à pergunta. A opinião dele será incluída assim que encaminhada para o site.
Veja o que pensam os candidatos sobre a possibilidade de realizar empréstimos para obras:
Akemi Nishimori (PL)
Apenas em casos de extrema necessidade.
Anníbal Bianchini (PTC)
Pretendo focar na gestão fiscal, tendo uma postura de negociação com o contribuinte. Reduzir o dinheiro perdido na arrecadação pública por prescrição ou decadência. Monitorar editais estaduais, federais e internacionais para captação de recursos. Lutar por emendas parlamentares. Tentar toda forma possível e legal de arrecadação, sem onerar o contribuinte.
Tem empréstimos a fundo perdido, inclusive. Agora, fazer empréstimo para obras apenas se for pra construir ou reformar escolas ou hospitais.
Bovo (Podemos)
Pretendemos buscar recursos a fundo perdido ou financiamentos específicos adequados a obras de grande porte. Seremos muito criteriosos e responsáveis com o gerenciamento e correta aplicação do dinheiro público. Por exemplo: economizando e planejando, quando fui secretário de Gestão e de Fazenda, Maringá chegou a ter um rendimento diário de R$ 110 mil em aplicações financeiras. Estes recursos eram depois aplicados nas obras importantes para a população.
Carlos Mariucci (PT)
Se necessário, sim. Isso dependerá da equipe técnica de trabalho que estará qualificada para analisar essa possibilidade.
Coronel Audilene (Progressistas)
Claro. Mas entendo que empréstimo a gente faz para coisas que são muito necessárias ao bem-estar da população e estratégicas para o desenvolvimento da cidade, ou seja, investir para ter retorno maior do que a taxa de juros do empréstimo.
Eu tenho sérias dúvidas de que tomaria empréstimo para investir em lazer quando existem outras coisas mais relevantes a serem feitas. Eu não pegaria um empréstimo no banco para fazer uma viagem se minha casa estivesse precisando de uma reforma urgente e não tenho recursos para isso. Empréstimo depende do chamado Estudo de Viabilidade Técnica Econômica e Ambiental (EVTEA).
Eliseu Fortes (Patriota)
O Governo atual aumentou a dívida fundada da nossa cidade de um modo assustador. É bom ter crédito. Todavia, todo mundo que abusa do crédito se endivida e passa a viver de um modo que não condiz com a realidade.
Se houver um projeto que fundamente o empréstimo nós o faremos. Todavia, temos de pensar que empréstimo para reformar praças é algo que nem de longe passa em minha mente. Isso já foi feito na gestão atual, deixando dívidas para as futuras administrações. Nenhum gestor sério faz isso.
Evandro de Freitas Oliveira (PSDB)
Nós temos algumas situações em que os empréstimos vem a fundo perdido, outros em momentos específicos como tragédias ou, se for necessário, investimentos que tragam resultados ao município, mas, em regra, um bom gestor evita este tipo de transação ou o faz com regras rígidas bem definidas, dentro da capacidade financeira do município em honrá-los sem nenhum problema, mas, repito, seria algo muito extraordinário, sempre trazendo investimentos privados.
Homero Marchese (Pros)
Empréstimos para investimentos que garantam retorno ao município na forma de tributos e expansão de emprego e renda ou melhora significativa no atendimento da população são justificados.
Professor Edmilson (PSOL)
Depende da obra, depende do empréstimo. Por isso, insistimos na criação dos Conselhos Populares. O trabalhador, aquele que produz a riqueza da cidade, tem que ter absoluto controle sobre como essa riqueza vai ser utilizada em seu benefício. Não é a fantasia dos antigos “Orçamentos Participativos”. É organização dos trabalhadores, sem limites, para defender seus interesses.
Rogério Calazans (Avante)
Eu já estou preocupado com os empréstimos que foram realizados. A capacidade de endividamento do município é alta. Mas, a qualidade do gasto com os recursos desses empréstimos não é boa. Estamos em momento de crise e não é hora de endividar o município. É hora de poupar.
Ulisses Maia (PSD)
Caso seja necessário, vamos recorrer sim a empréstimo, um recurso muito útil e acessível para garantir a execução de obras e serviços.
Importante explicar que Maringá alcançou uma situação financeira muito equilibrada e empréstimos, sempre feitos com o aval dos vereadores, sempre são feitos após rigorosas análises técnicas, não apenas do município, mas também de instâncias como Tribunal de Contas e governo federal, quando se trata de obter investimentos da União.
Então, é um protocolo muito responsável sem risco algum de trazer algum prejuízo ao município. Pelo contrário, traz apenas benefício ao viabilizar os recursos necessários para investimentos.
Valdir Pignata (Cidadania)
Se for necessário sim, mas não podemos desprezar a nossa capacidade de trazer recursos a fundo perdido.
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