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Durante visita à fábrica da Nissan em Resende (RJ), nesta terça-feira (15), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil precisa avançar na geração de renda e não pode depender indefinidamente do programa Bolsa Família.
Embora tenha reafirmado o compromisso com as políticas sociais, o chefe do Executivo destacou que o objetivo final é garantir que as famílias superem a necessidade de assistência.
“O Brasil não pode ser um país eternamente vivendo de Bolsa Família”, disse Lula, diante de uma plateia formada por trabalhadores e representantes da indústria automobilística.
A declaração reforça o discurso de que o programa social – uma das principais marcas de seus mandatos anteriores – deve funcionar como base de apoio em momentos de vulnerabilidade, e não como ponto final das políticas públicas.
Bolsa Família como ponto de partida, não de chegada
O presidente voltou a defender o papel do Estado na promoção da justiça social e reforçou que o Bolsa Família deve ser visto como uma ponte para a autonomia econômica das famílias. Segundo Lula, a meta de seu governo é fortalecer a renda dos mais pobres por meio de emprego, valorização do salário mínimo e estímulo ao consumo.
“Tem gente que acha que o salário mínimo é muito alto. R$ 1000 não é alto, nem R$ 1500. Em vez de olhar a pessoa como empregada assalariada, olhe ela como consumidor”, declarou.
Renda como motor do crescimento
Lula também argumentou que o crescimento econômico do país passa pela ampliação do poder de compra da população. Para ele, o dinheiro precisa circular entre todos os brasileiros, e não ficar concentrado apenas nas elites.
A inclusão econômica das camadas mais pobres, segundo o presidente, fortalece o mercado interno e gera oportunidades para todos os setores da economia.
“O dinheiro não pode ficar concentrado em meia dúzia de pessoas. Tem que estar nas mãos do povo, que consome, que movimenta o comércio, a indústria, a agricultura”, defendeu.
Crescimento da indústria e combate à desigualdade
Embora a visita tenha como pano de fundo o bom momento da indústria automotiva, Lula fez questão de lembrar que o fortalecimento do setor produtivo deve caminhar lado a lado com a redução das desigualdades.
Ele ironizou as críticas de que o crescimento da indústria seria apenas sorte. “Quisera Deus que o Brasil só tivesse presidente com sorte. Quem sabe, estaríamos no G7”, disse, em referência ao grupo das maiores economias do mundo.
O presidente também citou a queda drástica nas vendas de automóveis ao longo da última década, ressaltando que o enfraquecimento do consumo das famílias teve impacto direto no fechamento de concessionárias e na desaceleração da indústria.
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