Deixe de correr contra o tempo: O poder do gerenciamento de energia

Não basta controlar as horas do dia se não houver energia para preenchê-las com presença, qualidade e propósito.

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    Durante anos, a ideia de gerenciar o tempo foi tratada como a chave-mestra da produtividade. Milhares de profissionais especialmente empresários, CEOs e líderes mergulharam em agendas milimetricamente cronometradas, aplicativos de controle e técnicas de otimização de tarefas. Mas, com o tempo, essa obsessão revelou sua limitação: não basta controlar as horas do dia se não houver energia para preenchê-las com presença, qualidade e propósito.

    O que vemos hoje é uma geração de líderes exaustos, com a agenda cheia e a alma vazia. A conta chegou. E ela não se paga com mais organização do tempo, e sim com uma nova consciência sobre onde colocamos nossa energia vital.

    Eu mesmo, ao longo de mais de duas décadas ao lado de empresários e empreendedores, já acompanhei inúmeras cenas semelhantes: líderes frustrados por não “dar conta de tudo”, gestores altamente comprometidos que terminam seus dias com a sensação de que, apesar de tudo o que fizeram, nada realmente relevante foi entregue. A verdade é que o tempo não é nosso maior ativo a nossa energia sim. E quando ela está fragmentada, drenada por decisões excessivas, reuniões improdutivas, relações tóxicas ou projetos sem sentido, o tempo até existe, mas é estéril. O que faz uma hora render não é o número de tarefas que você encaixa nela, mas a potência da energia que você direciona para o que realmente importa.

    Por isso, o ponto de virada não está em criar listas maiores ou planilhas mais inteligentes. Está em aprender a identificar o que te dá energia e o que te rouba. Uma estratégia que não conversa com seu propósito esgota. Uma cultura organizacional incoerente drena. Um ambiente onde você precisa “atuar” o tempo todo cansa mais do que qualquer reunião extensa. Quando o líder se desconecta de sua fonte interior, não há sistema que compense. E é justamente nesse ponto que entra o pensamento sistêmico complexo, a base do trabalho que aplico junto às empresas: entender que tudo está interligado, inclusive sua energia com os resultados da organização.

    Liderar exige mais do que preparo técnico. Exige presença, clareza, autoconhecimento. Exige a capacidade de fazer pausas estratégicas para cuidar do ser que sustenta o fazer. Gerenciar a própria energia é, hoje, um dos pilares da liderança consciente. É saber que não basta entregar números se o custo é o colapso da saúde emocional, da criatividade, das relações. A nova liderança que o futuro do trabalho pede é feita por quem compreende que o tempo pode ser medido, mas a energia precisa ser nutrida.

    Por isso, minha provocação para você que lê este artigo, seja CEO, empresário, empreendedor ou líder em qualquer nível, é direta: como está sua energia hoje? Não a quantidade de tarefas feitas, mas a qualidade da sua entrega. A sua força de presença. A sua clareza emocional e estratégica. Se a resposta não for boa, talvez seja hora de parar de tentar controlar o tempo e começar a regenerar sua energia. Porque no fim do dia, não vence quem preenche mais a agenda, mas quem constrói com coerência, propósito e consciência o caminho que deseja deixar no mundo.

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