Brasil registra demanda recorde de energia em meio a onda de calor extremo

O Inmet emitiu alerta vermelho prolongando a previsão de altas temperaturas até a sexta-feira. Espera-se que as temperaturas fiquem pelo menos 5°C acima da média.

  • No Brasil, uma recente onda de calor, especialmente intensa nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, levou à marca histórica na demanda de energia elétrica. Na tarde de segunda-feira, o país testemunhou um pico inédito no consumo de energia, conforme reportado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

    A demanda instantânea de carga no Sistema Interligado Nacional (SIN) alcançou 100.955 megawatts (MW) às 14h17, ultrapassando o recorde anterior de 97.659 MW estabelecido em setembro deste ano – conforme apurou a Folha S. Paulo.

    Esta marca sem precedentes ocorreu em um contexto onde a geração hidráulica contribuiu com 61.649 MW (61,1%), seguida pela geração térmica com 10.628 MW (10,5%), eólica com 9.284 MW (9,2%), solar centralizada com 8.505 MW (8,4%), e solar por meio de micro e mini geração distribuída com 10.898 MW (10,8%).

    O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um alerta vermelho, prolongando a previsão de altas temperaturas até a sexta-feira. Espera-se que as temperaturas fiquem pelo menos 5°C acima da média durante um período superior a cinco dias.

    Além do desconforto imediato à população, estas ondas de calor têm impactos significativos em vários setores da economia. Eles incluem aumento nos custos de energia devido ao uso intensivo de ar-condicionado, bem como perda de eficiência nos setores agrícola e aeronáutico.

    Em resposta, estão sendo implementadas medidas de contingência e planejadas novas adaptações para lidar com um cenário de aquecimento prolongado.

    Recentemente, o ONS ajustou suas projeções para novembro, prevendo um aumento de 11,0% na demanda de energia em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Paralelamente, houve uma revisão nas estimativas de chuvas para as usinas hidrelétricas.

    Enquanto a região Sul espera chuvas em 437% da média histórica, as previsões para as regiões Norte, Nordeste e Sudeste/Centro-Oeste indicam afluências abaixo da média histórica.

    Este cenário coloca em evidência a necessidade de planejamento e adaptação frente aos desafios impostos pelas mudanças climáticas e seus impactos no sistema energético do país.

    Foto: Agência Brasil-Arquivo

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