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Durante depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Apostas no Senado, o padre e influenciador digital Patrick Fernandes criticou a atuação de famosos que promovem plataformas de apostas on-line. Segundo ele, essas figuras públicas não usam os sites para entretenimento, mas apenas para lucrar com a divulgação.
“Se eles quiserem entretenimento, pegam o jato deles e vão viajar. Precisamos jogar luz nisso”, afirmou.
Com mais de 10 milhões de seguidores nas redes sociais, Patrick revelou ter recusado uma proposta de R$ 560 mil para fazer uma única publicação patrocinada sobre apostas.
“Eu disse não. Nunca vi ninguém ficar rico com isso, só vi gente se acabar. Eu não quero participar disso”, declarou.
O sacerdote relatou que, desde que ganhou projeção na internet, recebe com frequência propostas semelhantes. Ainda assim, reforçou que nunca aceitou nenhuma. Segundo ele, as apostas têm causado sérios impactos entre os seguidores.
“Toda semana escuto confissões de famílias destruídas por isso. Já ouvi relatos de depressão, abstinência e até pensamentos suicidas”, disse.
Padre Patrick também criticou o que chamou de “romantização criminosa” promovida por influenciadores nas redes sociais. Para ele, a ostentação com carros de luxo e viagens internacionais transmite uma falsa ideia de sucesso fácil, incentivando o público – especialmente os mais jovens – a entrar no mundo das apostas.
“O influenciador escolhe divulgar. Quando dizem ‘jogue com responsabilidade’, estão se isentando. Isso é falta de caridade com quem está sofrendo. Quem está viciado não tem liberdade, quem divulga tem”, afirmou.
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), disse que os trabalhos da comissão continuarão mesmo após o encerramento formal. “Estamos colocando luz no problema. Essa corrente contra a influência do jogo vai seguir”, disse.