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O filme Ainda Estou Aqui, de Walter Salles, já é considerado um vencedor antes mesmo de qualquer estatueta do Oscar, avaliam estudiosos. O longa, que aborda a ditadura militar no Brasil e suas consequências, conquistou 38 prêmios nacionais e internacionais e mobilizou públicos no Brasil e no exterior.
Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, a obra tem gerado discussões sobre a memória histórica do país e a repressão da ditadura. Em 2025, o filme foi indicado a três categorias no Oscar, incluindo melhor filme internacional e melhor atriz para Fernanda Torres.
Para especialistas, o impacto do filme vai além das premiações. O professor Arthur Autran, da UFSCar, destaca a repercussão social do filme, que trouxe a discussão da ditadura para o presente. Ele acredita que Ainda Estou Aqui é uma obra poderosa, capaz de iluminar o cinema brasileiro e valorizar a memória nacional.
Além disso, o filme tem chamado atenção pela forma como aborda a família de Rubens Paiva, ex-deputado torturado e morto pela ditadura. A história traz à tona temas como o reconhecimento da morte presumida e os direitos das famílias das vítimas, um ponto destacado pela advogada Ariadne Maranhão.
O filme também tem gerado repercussão política. Marco Pestana, da UFF, vê a obra como uma resposta à ascensão de correntes autoritárias e como uma forma de contestar o imaginário que a extrema-direita tenta construir sobre o passado brasileiro.
Independentemente do resultado no Oscar, Ainda Estou Aqui já cumpre um papel importante ao “furar a bolha” e atingir um público amplo, provocando reflexão sobre a ditadura e seus legados.