A realização da maioria dos brasileiros em ter a casa própria depende sempre, em primeiro lugar, da seguinte pergunta: “Quanto custa?”. Tal pergunta não se restringe somente às residências, mas em qualquer empreendimento da mais diversa finalidade, pensamos no valor a ser investido e em quanto tempo teremos pronto o imóvel.
Na construção civil, é relevante ter um planejamento, sendo o cronograma físico-financeiro o mais utilizado. Uma estratégia que pode ser incorporada a esse cronograma é o PERT-CPM (siglas para “Program Evaluation and Review Technique” – “Critical Path Method”) – ou Método do Caminho Crítico – que visa determinar as etapas da construção e verificar quais são os pontos críticos que necessitam de maior atenção para evitar atrasos. As etapas são interdependentes, assim como são na realidade (por exemplo, não é recomendado pintar a parede sem antes ter finalizado o reboco), e atribuindo-se um prazo para cada uma delas, são encontradas algumas alternativas de prazos finais para a obra.
Aliando-se a tais prazos, podemos estabelecer os custos não somente de materiais, como também de mão de obra. Por isso, o cronograma físico-financeiro, também previsto em norma (NBR 13531), é tão importante: temos um mapeamento dos processos do início ao fim, prevendo-se a oferta de recursos, a logística dos materiais, a alocação dos equipamentos e a quantidade de trabalhadores necessários a cada tarefa. É como ver a obra acontecendo e conseguir otimizar os processos para possivelmente adiantar alguns dias no planejamento, que podem ser traduzidos em faturamento de uma empresa ou comércio, por exemplo.
Tratando-se de metodologias de gerenciamento, o BIM 5D (“Building Information Modelling”) é o mais atual. Com a melhoria dos programas de modelagem na construção civil, foi possível criar visualizações 3D bem realistas e utilizá-las para compatibilizar os projetos (arquitetônico, estrutural, instalações elétricas, instalações hidrossanitárias etc.) e posteriormente acompanhar a evolução da obra, o que pode ser feito já incluindo os custos de cada etapa.
Ainda assim, você pode estar se perguntando: “mas então preciso consultar o/a engenheiro/a para encontrar qual o custo final da minha obra?”
Não necessariamente. Todo mês, o Sinduscon-PR divulga um informativo com os números referentes aos Custos Unitários Básicos da Construção Civil (CUB), medido em R$/m² (reais por metro quadrado de área construída) dependendo da finalidade do imóvel e do padrão (baixo, normal, alto). No mês de julho de 2021, tivemos um custo de R$ 1914,81/m² (um aumento de 5,26% em relação à Junho de 2021) para uma residência unifamiliar de padrão baixo (R1-B), a qual se caracteriza por ter aproximadamente 60 m², dois dormitórios, sala, banheiro, cozinha e lavanderia.
No site do Sinduscom, você poderá encontrar duas tabelas: a sem desoneração e a desonerada. A diferença é que esta última atende ao disposto na Lei 12.546/11, cuja tratativa é a desoneração da folha de pagamentos na Construção Civil. As tabelas referentes aos custos desonerados não se aplicam às empresas do setor que tenham como atividade principal a “incorporação de empreendimentos imobiliários” (CNAE 2.0, item 41.1). Também é possível encontrar quais os significados das siglas presentes nas tabelas e, assim, estimar o custo final do seu imóvel.
Como profissionais da construção civil, podemos utilizar outras taxas mais específicas, como, por exemplo, a quantidade de aço por metro quadrado (kg/m²) em uma estrutura metálica ou a quantidade de concreto por área construída (m³/m²) para estimar o consumo de materiais, porém temos CUB como um aliado quando precisamos verificar a variação dos custos finais de todas as etapas. É um dado interessante também para o setor imobiliário, na compra e venda dos imóveis, ou para quem deseja construir e simplesmente saber se sua obra está divergindo muito dos valores praticados no mercado.
Fontes: Sienge, Sinduscon-PR, Concla-IBGE.
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