Como verificar a qualidade de execução da sua fundação

Por: - 8 de novembro de 2021

INTRODUÇÃO

Em obras de fundações, o controle de qualidade deve ser feito nas condições de execução e de operação. Durante sua execução, uma das grandes dificuldades é de ter certeza quanto essa qualidade, pois os elementos (estacas) estão inseridos no solo e sua execução é feita “as cegas”, podendo gerar dúvidas quanto a integridade das estacas executadas.

Um método de inspeção em fundação profunda para se observar a integridade das estacas pode ser mediante a escavação do terreno. Permitindo observar condições de algumas estacas na obra, entretanto tem como limitante a profundidade de inspeção, não podendo assim verificar a integridade da estaca em sua completa extensão, outros procedimentos tem o uso de sondagens rotativas, para extração de testemunhos.

Métodos indiretos e não-destrutivos tem a função de avaliar a integridade estrutural de fundações profundas, tendo como base fundamentos de emissão e recepção de ondas acústicas. Um dos ensaios utilizados nas fundações para essa avaliação é o ensaio de integridade de estacas (Pile Integrity Test – PIT).

Utilizado para avaliar a integridade de estacas, em fundações profundas, verificando possíveis defeitos ocorridos durante a execução, tais como falhas de concretagem, trincas, rupturas, além de variações seccionais de fuste (alargamento ou encurtamento do fuste). Ensaio de fácil execução, alta confiabilidade nos resultados e custo baixo, garantindo qualidade na execução de fundações profundas.

Segundo a NBR 6122 (ABNT, 2019), provas de carga estática ou carregamento dinâmico são ensaios que servem para avaliação de desempenho da estaca, para integridade de estacas o recomendado e mais barato é o ensaio PIT.

 

ENSAIO DE INTEGRIDADE PIT

Estacas escavadas podem, por causa de problemas em sua execução, apresentar danos em sua estrutura como estrangulamento do fuste.

Foi desenvolvido um método não destrutivo para se verificar a integridade de estacas em fundações profundas, denominado PIT (Pile Integrity Test), ou ensaio de integridade de baixa deformação.

Para instalação do acelerômetro na cabeça da estaca FIGURA 1, deve ser eliminado o concreto de má qualidade existente, depois fixar o acelerômetro e em seguida aplicar golpes com um martelo.

Figura 1 – Esquema de ensaio PIT

A análise da integridade da estaca é dada pela variação da impedância ao longo do fuste, a qual pode ser avaliada pela variação do sinal da velocidade.

Após golpes com o martelo é gerado uma onda que caminha pelo comprimento da estaca e que é refletida quando ocorrem mudanças no fuste, variando seções ou alterações na continuidade. 

A FIGURA 2 mostra a relação entre as variações de impedância da estaca (Z1 e Z2), a onda de velocidade e as reflexões obtidas na superfície. A onda refletida da tração indica diminuição da impedância, e a de compressão, aumento na impedância. A localização da variação é obtida pelo transcorrido entre o golpe e a chegada da reflexão.

 

Figura 2 – Propagação e reflexão da onda versus tempo e velocidade

 

Na FIGURA 3 tem-se um exemplo de registro de velocidade no ensaio PIT de uma estaca danificada e de uma normal.

Figura 3 – Registro de velocidade no ensaio PIT de uma estaca danificada e de uma normal.

Para melhoria do processo executivo de estacas moldadas in loco é necessário, além da qualidade de execução das estacas, a realização de ensaios que comprovem a integridade das peças.

Quando tratamos de fundações em edificações, não podemos ter dúvidas quanto à sua execução. O ensaio de integridade das estacas de fundações PIT (Pile Integrity Test) nos permite avaliar a qualidade de fundações profundas.

O ensaio PIT permite verificar a integridade das estacas de uma forma eficiente tendo como vantagens: agilidade na execução, custo baixo e redução de riscos na operação.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 6122: Projeto e execução de fundações. Rio de Janeiro, 2019.

ABEF. Manual de execução de fundações e geotecnia: práticas recomendadas. 1. ed. São Paulo: Pini, 2012.

 

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