O aumento de aproximadamente 6%, em média, da tarifa de energia no orçamento dos brasileiros, em julho deste ano, tem destacado cada vez mais a importância de se procurar fontes alternativas de energia, sendo a energia solar a principal procura sustentável e econômica.
Porém, muitos não sabem como iniciar o processo, nem se a edificação está apta a receber o sistema. Antes de tudo, é preferível que o cliente esteja com os projetos (estrutural, elétrico e arquitetônico) em mãos. Após, a primeira etapa é contratar uma vistoria de profissional de Engenharia Civil ou Arquitetura, a fim de verificar se a estrutura do telhado suporta bem o peso das placas, que é em torno de 15 kg/m². Em geral, telhados novos com estrutura de madeira e revestimento em telhas coloniais suportam a carga adicional, mas é sempre necessário avaliar o estado de conservação das peças, os distanciamentos entre terças e caibros, as fixações e a inclinação o telhado.
Para edificações industriais e comerciais, como galpões com estrutura híbrida em aço e concreto, somente aço ou somente concreto, a análise da estrutura existente deve ser mais criteriosa. Nesses casos, o número de placas necessárias pode ser maior e a carga adicional nos perfis metálicos, pilares e fundações pode causar algum deslocamento não previsto e gerar patologias na construção.
Há duas situações em que a estrutura pode necessitar de adequações: a primeira é quando a capacidade resistente não atende às necessidades da instalação e, portanto, deverá ser executado o reforço mediante projeto; e a segunda é quando a inclinação do telhado não é suficiente e deve ser projetada uma estrutura de suporte e correção da inclinação, no intuito de melhorar a geração de energia.
Em termos de projeto de instalações elétricas, é indispensável que a edificação disponha de padrão bifásico (220 V). O sistema de energia solar será dimensionado para as necessidades de consumo da edificação e poderá ser on grid ou off grid. No sistema on grid, a instalação estará ligada ao sistema de público de energia e, quando não houver abastecimento suficiente pelas placas fotovoltaicas (por exemplo, em dias nublados), a edificação poderá utilizar a energia da concessionária. A vantagem do sistema on grid é que pode acumular créditos de energia solar a serem descontados na tarifa mensal. Já o sistema off grid funciona isolado da rede pública e a energia é armazenada em baterias. Em ambos casos, todo o investimento terá retorno em cerca de 3 anos para residências e em torno de 5 a 7 anos para edificações maiores, como galpões. Considerando que o período de vida útil das placas fotovoltaicas seja de 25 anos, a energia solar pode ser uma ótima solução para reduzir o uso de fontes renováveis como as hidrelétricas e não renováveis, como as termelétricas.
Como neste século XXI a preocupação com a questão climática e com o uso de recursos é urgente, a busca por alternativas sustentáveis se faz necessária. Buscar por fontes melhores de energia é uma das saídas, mas também praticar o descarte correto dos resíduos, zerar os desperdícios e evitar as emissões de carbono poderá contribuir para a manutenção da qualidade de vida de todos nós.
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