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Um funcionário da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Irati (cerca de 370 km de Maringá), foi demitido após denunciar uma agressão contra uma jovem com síndrome de Down na instituição.
A demissão ocorreu na segunda-feira (10). Segundo a família, o homem, cuja identidade não foi divulgada, trabalhou na Apae por 28 anos.
O caso veio à tona quando o funcionário informou diretamente à família da vítima sobre a agressão, levando os pais a registrarem um boletim de ocorrência na Polícia Civil do Paraná.
A investigação, concluída em 5 de junho, resultou no indiciamento da professora Cleonice Aparecida Alessi Glinski por maus-tratos e violência arbitrária.
A agressão aconteceu em 15 de maio, mas só foi revelada aos pais uma semana depois, em 23 de maio. A vítima, de 19 anos, não se comunica verbalmente e, por esse motivo, não conseguiu contar para a família o que tinha acontecido.
Uma câmera de segurança registrou o momento da agressão. Nas imagens, é possível ver a aluna correndo para fora da sala. Segundos depois, a professora aparece na imagem e puxa a jovem pelo cabelo.
Com a força, a vítima se desequilibra e volta para trás. Na sequência, a professora empurra a aluna para dentro da sala.
Veja o vídeo a seguir:
Aluna com síndrome de down tem cabelo puxado e é empurrada por professora na Apae de Irati pic.twitter.com/XdDv7O7AQb
— WWLBD ✌🏻 (@whatwouldlbdo) May 27, 2024
De acordo com o delegado Rafael Rybandt, o funcionário demitido colaborou plenamente com as investigações e não era alvo de nenhuma acusação. O delegado informou que o homem decidiu informar diretamente os pais da vítima devido ao medo de represálias dentro da Apae.
Embora o funcionário não tenha concedido entrevistas, familiares disseram ao G1 que ele está profundamente abalado com a demissão. Em uma nota oficial, a defesa da Apae não esclareceu o motivo do desligamento, afirmando apenas que a reformulação do quadro de colaboradores é uma prerrogativa administrativa da diretoria e que não comentaria o caso publicamente.
A mesma nota também mencionou a demissão de outro funcionário, que foi indiciado por corrupção passiva privilegiada, pois soube da agressão e não a denunciou. O nome deste segundo funcionário também não foi divulgado.
O indiciamento de Cleonice e do outro funcionário foi encaminhado ao Ministério Público do Paraná, que decidirá se irá ou não apresentar denúncia formal à Justiça. A professora teve seu contrato com a Apae encerrado pouco após o caso se tornar público.
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