Vazamento de gás tóxico em BMW adulterada matou os quatro jovens em SC, aponta laudo

A polícia suspeita que a modificação foi feita de forma amadora e pode indiciar os responsáveis por homicídio culposo.

  • Foto: Divulgação/PMSC

    Quatro jovens que viajavam em uma BMW morreram por intoxicação por monóxido de carbono, um gás tóxico que vazou do escapamento do veículo, que havia sido modificado para aumentar a potência. O laudo da Polícia Científica confirmou a causa da morte nesta sexta-feira, 11, em uma entrevista coletiva.

    O acidente ocorreu no dia 1° de janeiro em Balneário Camboriú, em Santa Catarina. As vítimas foram encontradas dentro do carro, que estava estacionado na rodoviária da cidade. Eles haviam ido buscar a namorada de um deles, que chegava de ônibus de Minas Gerais. Segundo ela, os jovens relataram sentir enjoos e tonturas e decidiram ficar no carro com o ar-condicionado ligado até melhorarem.

    A perícia não encontrou vestígios de drogas ou bebidas no carro nem nas vítimas, que morreram por asfixia pelo monóxido de carbono. O gás tóxico vazou do escapamento da BMW, que tinha sido alterado em uma oficina em Aparecida de Goiânia, em Goiás. A polícia suspeita que a modificação foi feita de forma amadora e pode indiciar os responsáveis por homicídio culposo.

    O escapamento original da BMW tinha um catalizador, que reduz a emissão de gases poluentes. Ele foi substituído por um downpipe, que aumenta o fluxo de gases e a rotação da turbina, gerando mais potência para o carro. No entanto, essa mudança também aumenta a produção de monóxido de carbono, um gás incolor e inodoro que pode causar danos graves à saúde.

    Segundo a polícia, o nível de monóxido de carbono no interior do carro era de, no mínimo, 1.000 ppm (partículas por milhão). Em um carro normal, esse nível é de 20 a 30 ppm, na saída do escapamento. Com 1.000 ppm, o gás pode provocar inconsciência e morte em uma a duas horas. Como o equipamento usado pela perícia só mede até 1.000 ppm, é possível que o nível fosse ainda maior. Com 2.000 ppm, a morte pode ocorrer em três a 15 minutos.

    Os quatro jovens eram de Minas Gerais e moravam em São José, na grande Florianópolis, há cerca de um mês. Eles foram identificados como Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Kovaleski, 16 anos. A tragédia chocou familiares, amigos e a população da região.

    *Com informações Banda B.

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