Simone Tebet: MDB teria mais membros com tendência a apoiar Bolsonaro do que Lula

Na entrevista ao Roda Viva, a candidata analisou a divisão de seu partido na corrida presidencial e ainda sustentou que acredita ser possível chegar ao segundo turno.

  • Por Levy Teles

    Candidata à Presidência pelo MDB, Simone Tebet defendeu a candidatura do centro democrático ao Palácio do Planalto e pôs em dúvida a possibilidade de o MDB seguir uma ala do partido e apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) num possível segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL).

    “Se fizéssemos uma análise fria do passado, nós teríamos muito mais integrantes que tenderiam a apoiar Bolsonaro do que Lula”, disse a senadora em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, nesta segunda-feira, 8.

    Lideranças emedebistas como o senador Renan Calheiros (AL) e o ex-senador Eunício Oliveira (CE) defendem que o partido deveria retirar a candidatura de Tebet para apoiar Lula.

    Nove diretórios decidiram que vão apoiar Lula: o grupo é composto por integrantes do MDB de Amazonas, Alagoas, Pará, Maranhão, Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Pernambuco e Piauí.

    Em julho, o prefeito de Cacimbinhas (AL) Hugo Wanderley, pediu para que a convenção do MDB fosse adiada. O pedido foi indeferido pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin.

    A candidatura de Tebet teve 262 votos favoráveis e nove votos contrários, mas 97 delegados boicotaram a votação. Para a senadora, sua candidatura “é um reconhecimento à população brasileira que tem direito a ter opções”.

    Segundo Tebet, o avanço tímido de seu nome nas pesquisas de intenção de voto se deu pelas dúvidas que foram construídas ao longo da pré-campanha.

    “Começando uma candidatura agora, tenho convicção de que nossa candidatura pode chegar ao segundo turno”, afirmou. Na pesquisa Datafolha do fim de julho, a emedebista aparece com 2% dos votos.

    Na entrevista, Tebet criticou o orçamento secreto e disse que acabará com o mecanismo, dando “transparência absoluta” à distribuição do dinheiro público. Ainda defendeu o teto de gastos. “Se não fosse o teto de gastos, o orçamento secreto não seria de R$ 16 bilhões por ano”, disse a presidenciável.

    A senadora ainda propôs um programa de transferência de renda permanente, com o retorno a um sistema de cadastro único com foco em condicionantes que variem de acordo com a situação de cada família. Para Tebet, há dinheiro para bancar o programa, mas o benefício deve ser variável.

    Estadão Conteúdo / Foto: Reprodução

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