Maringá: Dois anos depois, projeto para construção de usinas fotovoltaicas ainda não saiu do papel

Em julho de 2022, Prefeitura foi contemplada em um edital do Governo Federal para a construção de duas usinas fotovoltaicas, que serviriam para abastecer as repartições públicas do município. Licitação foi concluída há 1 ano, mas obras não iniciaram por conta dos terrenos estarem em áreas de preservação ambiental.

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    Dois anos e sete meses se passaram desde que a Prefeitura de Maringá foi contemplada com um projeto do Governo Federal, que visava a construção de duas usinas fotovoltaicas para gerar energia para as repartições públicas do município. Em julho de 2022, a cidade foi selecionada no edital onde, além de ganhar os projetos de engenharia, a Prefeitura também teria acesso a uma linha de crédito da Caixa Econômica Federal, específica para a obra.

    Ainda em 2022, o município pediu autorização da Câmara para contrair o empréstimo, na casa dos R$ 80 milhões, para poder licitar a obra. A licitação foi aberta no fim de 2023 e suspensa para ajustes no edital. Em janeiro de 2024, foi republicada, com valor máximo estipulado de R$ 75 milhões – aproximadamente R$ 37,5 milhões para cada usina -. Em fevereiro do mesmo ano, duas empresas foram declaradas vencedoras, sendo uma de Arapongas e outra de Maringá, com valor homologado de R$ 48 milhões.

    Uma das usinas seria construída em Iguatemi, enquanto a outra em um terreno no Parque Industrial Felizardo Meneguetti. No entanto, mesmo com as empresas já selecionadas, a obra nunca teve início.

    A situação gerou questionamentos de dois vereadores na Câmara de Maringá neste começo de 2025. Na primeira sessão do ano, Majô (Progressistas) protocolou um requerimento, questionando o município sobre a possibilidade de trocar as construções de local, uma vez que havia a suspeita de que os terrenos originais fossem áreas de preservação ambiental. Nesta terça (11), Mário Hossokawa (Progressistas) protocolou outro requerimento, desta vez questionando o não início da obra e se a Prefeitura contraiu o empréstimo.

    “Acontece que o projeto que foi elaborado para essas usinas está pegando área de preservação. Ou seja, não se pode construir nada em área de preservação, não se pode derrubar árvores para construir, edificar esses projetos. Então, nós solicitamos, via requerimento da Prefeitura, que adapte o projeto, que faça mais esclarecimentos em relação a isso para que esse crime não aconteça”, disse Majô, em entrevista ao Maringá Post no dia 3 de fevereiro.

    “Já faz mais de dois anos, no final do ano de 2022, que nós aprovamos um pedido da Prefeitura para fazer um financiamento de R$ 80 milhões para a construção de duas usinas fotovoltaicas. Desde então, nós não sabemos se o projeto teve andamento. eu sei que houve um processo de licitação, mas a gente não tem conhecimento nenhum do início das obras efetivamente. Então, por isso que nós estamos fazendo o requerimento”, falou Mário Hossokawa, sobre o requerimento apresentado por ele nesta terça (11).

    O Maringá Post entrou em contato com a Prefeitura de Maringá, que confirmou que as obras não tiveram início em razão dos terrenos, escolhidos no projeto original serem, de fato, áreas de preservação. O município diz que estuda alternativas para a construção das usinas saírem do papel. Uma delas seria a instalação em cima de prédios públicos. Leia a nota da Prefeitura na íntegra:

    “A Prefeitura de Maringá informa que o processo licitatório para a construção das duas usinas foi concluído no ano passado, mas as obras não foram iniciadas. Após análise do projeto, a atual gestão municipal identificou que os terrenos reservados para a construção das usinas possuem áreas de preservação ambiental. O município estuda meios de otimizar o projeto e garantir o pleno funcionamento do sistema. Uma das possibilidades seria a implantação das placas fotovoltaicas em cima de prédios públicos”.

    Sobre o financiamento, a Prefeitura de Maringá informou que a linha de crédito foi disponibilizada pela Caixa Econômica, mas não foi convertida em dívida pois ainda não foi utilizada.

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