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A Fazenda Experimental de Iguatemi (FEI) da Universidade Estadual de Maringá (UEM) completa, neste mês de dezembro, duas décadas de contribuição ao setor agroecológico e à produção sem agrotóxicos. O Setor de Agroecologia e Produção Orgânica da FEI foi o primeiro projeto agrícola de uma Instituição de Ensino Superior (IES) brasileira a conquistar certificação orgânica. Hoje, a iniciativa é um dos três centros de ensino no Brasil a manter essa certificação.
O espaço, que ocupa aproximadamente seis hectares da FEI, serve como campo experimental para pesquisadores do Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável (Nads/UEM), do Centro Vocacional Tecnológico em Agroecologia e Produção Orgânica (CVT), do Departamento de Agronomia (DAG/UEM) e do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia (Profagroec/UEM). A área tem como foco o desenvolvimento de práticas sustentáveis e a promoção de pesquisas com cultivos livres de agrotóxicos e outros insumos químicos prejudiciais.
“O setor é essencial para garantir a validade dos dados obtidos em uma área orgânica certificada. Estamos muito satisfeitos por poder contribuir com a produção de conhecimento em agroecologia e produção orgânica”, afirma o professor aposentado José Ozinaldo Alves de Sena, responsável pela criação da iniciativa.
Ao longo desses 20 anos, o Setor de Agroecologia e Produção Orgânica tem sido um importante ponto de pesquisa e desenvolvimento. Produtos como uvas, sucos, maracujá, mandioca, alface e ovos orgânicos são vendidos na UEM, por meio do Programa Alimentos Solidários e Agricultura Sustentável (Pasas), que promove a comercialização de itens cultivados no local. A área também desempenha um papel importante em iniciativas de ensino e extensão, como o projeto Biofábrica UEM, que transforma resíduos orgânicos em adubo, e o projeto Nascentes da FEI, dedicado à recuperação de nascentes degradadas.
A história do setor teve início em 1998, quando o professor José Ozinaldo Alves de Sena, então coordenador da FEI, iniciou os primeiros passos para a criação de um setor dedicado à agroecologia. O processo de certificação foi desafiador, já que a produção não era comercial e não pertencia a um produtor rural. Com a parceria de instituições como o Nads/UEM e o Grupo de Agricultura Alternativa de Maringá (Gaama), o setor recebeu sua certificação orgânica em 2004, sendo mais tarde renovada pela Ecocert Brasil.
Além das atividades acadêmicas e de pesquisa, o setor também se dedica à colaboração com outras universidades e instituições de pesquisa, como o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
O futuro do Setor de Agroecologia e Produção Orgânica da FEI se projeta em expandir suas ações para apoiar pequenos agricultores da região, com foco em práticas sustentáveis como a produção orgânica e a implantação de sistemas agroflorestais.
Como participar ou colaborar com a FEI
O Setor de Agroecologia e Produção Orgânica está disponível para interessados em realizar pesquisas na área de agroecologia. Para mais informações, centros de ensino e departamentos da UEM podem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (83) 99813-1323.
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