“Não podemos ter receio de fazer mudanças na mobilidade”, afirma Evandro Araújo, pré-candidato a prefeito de Maringá

Em entrevista ao Maringá Post, o deputado estadual elenco a Mobilidade Urbana e a Segurança Pública como os dois eixos que demandariam mais atenção de sua administração. Araújo também fala em aumentar a participação popular na elaboração do Orçamento.

  • Em entrevista ao Maringá Post, o deputado estadual elenco a Mobilidade Urbana e a Segurança Pública como os dois eixos que demandariam mais atenção de sua administração. Araújo também fala em aumentar a participação popular na elaboração do Orçamento.

    Por Victor Ramalho

    Temas que constantemente são lembrados no debate público em Maringá, a Mobilidade Urbana e a Segurança Pública também são os eixos que mais chamam a atenção do deputado estadual Evandro Araújo (PSD), pré-candidato à Prefeitura de Maringá para a eleição de 2024. Entrevistado desta quinta-feira (19) na Série de Entrevistas do Maringá Post com os pré-candidatos, ele afirmou que os dois temas estarão em sua agenda de mudanças em Maringá, caso seja eleito no ano que vem.

    Araújo lembrou das grandes intervenções que estão em andamento na questão do trânsito nas entradas de Maringá, como o Trevo do Catuaí, mas ressaltou a necessidade de também se olhar para dentro da cidade quando falamos em mobilidade. Na visão do pré-candidato, a melhora desse setor passa por três caminhos: soluções inovadoras para conter os congestionamentos, investir para tornar o transporte público mais atrativo e incentivar as pessoas a usarem meios de transporte alternativos.

    “Nós temos as duas entradas da cidade com alguns problemas, temos a obra do Trevo do Catuaí que irá resolver um problemão naquela localidade, temos a nova alça do Contorno Sul que irá nos ajudar bastante, mas penso que também devemos olhar para dentro da cidade e pensar em reorganizar o fluxo de veículos e, principalmente, pensar na qualidade da locomoção de quem não deseja usar um veículo. Nenhuma gestão no mundo irá abrir mão de discutir o transporte público, então precisamos olhar para esse contrato e cobrar sempre o cumprimento correto, cobrar aprimoramento, as pessoas precisam sentir que usar o transporte coletivo é bom e agradável, algo que pode ser uma experiência importante, também precisamos dar segurança para quem deseja se locomover com transportes alternativos, como bicicletas. Não podemos ter receio de fazer mudanças na ordem da mobilidade”, afirmou.

    Na Segurança Pública, o parlamentar considera que é preciso manter o diálogo constante com o Governo do Estado, como já vem sendo feito na opinião dele, em busca de aumentar o efetivo da Polícia Militar (PM). Evandro reforça, no entanto, a importância de seguir investindo na Guarda Municipal.

    “Temos uma promessa do secretário de Segurança Pública do Paraná, firmada não só comigo, mas com toda a bancada de Maringá, que receberemos mais efetivo na próxima formação e isso é algo que nós vamos cobrar. Estamos cobrando estrutura e pessoal para atender, sempre mantendo um diálogo forte com a Guarda Municipal, que é algo que pode suprir a necessidade de Segurança em outras áreas”, disse.

    Ainda na entrevista, Evandro Araújo falou sobre o desejo de fazer política em Maringá mesmo com a forte ligação que tem com a vizinha Marialva, onde foi vereador e vice-prefeito, além da busca pelo apoio do atual prefeito Ulisses Maia (PSD), colega de partido. Veja outros trechos da entrevista abaixo:

    • Neste momento, como está a questão política? O senhor é citado em algumas pesquisas, mas tem pretensão de disputar o Executivo em Maringá?

    Evandro Araújo: “Eu tenho a pretensão de fazer política da mais alta qualidade, com compromisso e Maringá passa pelos meus planos. É a cidade da nossa região mais importante, uma cidade líder no Paraná, a terceira mais populosa e qualquer pessoa que queira fazer política de qualidade na região não pode ignorar Maringá. Eu tenho recebido a provocação de lideranças empresariais e políticas dizendo que eu deveria colocar meu nome à disposição, estar preparado para disputar a eleição em Maringá, pois as pessoas acham que meu perfil cabe hoje no momento que a cidade vive e, claro, isso começou a me despertar um olhar para essa caminhada como uma possibilidade real. Mas há algumas questões no meio desse caminho”.

    • Como estão as conversas com outras legendas? Já temos um desenho de coligação pensando em 2024?

    Evandro Araújo: “Coligação ainda não. Acho que é muito cedo. Eu estou no PSD, que é um partido que tem dois deputados federais em Maringá e tem o prefeito na legenda, então somos nós quatro. É um partido que hoje tem uma autonomia pelo tamanho dele, por aquilo que ele representa. Agora, eu tenho relacionamento político com outras legendas, como o Podemos, o Solidariedade. Converso também com outras legendas, por ser um político de muita proximidade. A gente tem uma relação muito tranquila, inclusive, com as forças que estão se colocando como lideranças em Maringá. Não tenho dificuldade em conversar com ninguém, acho que teríamos facilidade em formar alianças”.

    • O senhor tem uma ligação muito forte com a vizinha Marialva. Para o cidadão te conhecer melhor, poderia explicar o que conecta o senhor com Maringá?

    Evandro Araújo: “Uma vida inteira de trabalho e envolvimento na área empresarial. Trabalhei, por exemplo, com corretora de seguros, como vendedor, terminei meu ensino médio no Gastão Vidigal, fiz a Universidade Estadual de Maringá, fiz mestrado, minha esposa é professora da UEM, eu fui professor da Unicesumar, a gente tem um vínculo muito grande. Nossa família veio de Minas Gerais e se estabeleceu em Maringá primeiro. Tenho uma ligação muito forte com Marialva, é verdade, fui vereador, vice-prefeito, ajudei muito a cidade e continuo ajudando até hoje, mas hoje eu faço política em Maringá, tenho escritório na cidade, a gente tem uma capacidade e leitura da cidade que não perde em nada para outras pessoas. Eu diria que a minha raiz está aí (em Maringá)”.

    • Qual avaliação o senhor faz da administração pública em Maringá atualmente?

    Evandro Araújo: “Eu acho que tem muitos pontos positivos, mas é evidente que a cidade de Maringá, grande como é, é evidente que exista desgastes e novas demandas após 7 anos de gestão. A cidade teve a sorte que outras cidades não tiveram, de ter bons prefeitos. Tivemos percalços no meio do caminho, é verdade, só que existe uma demanda por coisas novas. Estamos falando, por exemplo, de criatividade na mobilidade urbana, de fortalecer o compromisso com a Segurança Pública, pois sabemos que a cidade tem essa demanda, embora esta seja uma atribuição do Estado. Precisamos estabelecer uma relação olhando para a atenção primária em Saúde, então depois de um tempo de gestão, é preciso olhar sem ter apego ao que já foi feito, olhar para frente. O que Maringá precisa hoje? De uma maior atenção na área da Saúde e Segurança Pública, na minha leitura. Temos uma Guarda Municipal que é muito boa, mas penso que podemos aprimorar ainda mais, estabelecer um diálogo maior com a Polícia Militar. Hoje, se formos para os bairros e perguntar para as pessoas qual é o principal problema que elas enxergam na cidade, é a Segurança Pública”.

    • Na sua opinião, qual o maior problema que Maringá enfrenta atualmente? E o que fazer para resolvê-lo?

    Evandro Araújo: “Vou apontar dois eixos: Mobilidade Urbana e Segurança Pública. Em Maringá hoje, para você se locomover dentro da cidade, o tempo de espera e de congestionamento no trânsito é muito maior do que era há cinco ou seis anos, então precisamos oferecer soluções nesse sentido. Nós temos as duas entradas da cidade com alguns problemas, temos a obra do Trevo do Catuaí que irá resolver um problemão naquela localidade, temos a nova alça do Contorno Sul que irá nos ajudar bastante, mas penso que também devemos olhar para dentro da cidade e pensar em reorganizar o fluxo de veículos e, principalmente, pensar na qualidade da locomoção de quem não deseja usar um veículo. Nenhuma gestão no mundo irá abrir mão de discutir o transporte público, então precisamos olhar para esse contrato e cobrar sempre o cumprimento correto, cobrar aprimoramento, as pessoas precisam sentir que usar o transporte coletivo é bom e agradável, algo que pode ser uma experiência importante, também precisamos dar segurança para quem deseja se locomover com transportes alternativos, como bicicletas. Não podemos ter receio de fazer mudanças na ordem da mobilidade. Aliado a isso, falo da Segurança, que é uma demanda não só de Maringá, mas penso que de todo o Paraná, temos já em andamento uma discussão sobre a quantidade de policiais, que Maringá perde na comparação com outros grandes centros, já mostramos isso para o Governo do Estado. Temos uma promessa do secretário de Segurança Pública do Paraná, firmada não só comigo, mas com toda a bancada de Maringá, que receberemos mais efetivo na próxima formação e isso é algo que nós vamos cobrar. Estamos cobrando estrutura e pessoal para atender, sempre mantendo um diálogo forte com a Guarda Municipal, que é algo que pode suprir a necessidade de Segurança em outras áreas”.

    • O senhor está no PSD, que tem um número grande de lideranças no Paraná e também em Maringá, sendo a legenda do atual prefeito. É possível articular o apoio do atual chefe do Executivo em sua candidatura?

    Evandro Araújo: “Eu vejo que o Ulisses, depois de um tempo que está no Governo, não querendo se comprometer com nenhuma candidatura no momento e eu respeito isso. Nós estamos no mesmo partido, eu conversei com ele e deixei ele bem livre. Disse que, independente da minha caminhada, me coloquei como uma pessoa disposta a discutir Maringá. Agora, ele tem no conjunto de relações políticas dele um leque de opções, mas não tenho como avaliar se ele estará apoiando alguém. Eu estou à disposição, já falei com o chefe da Casa Civil, o governador também sabe das minhas pretensões, mas penso que é uma decisão que ele (Ulisses) ainda arrastará por algum tempo”.

    • Sei que ainda é cedo, mas já conseguimos falar em alguma proposta concreta para o ano que vem?

    Evandro Araújo: “O que consigo adiantar é estabelecer um diálogo com a base. Eu defendo um princípio de ouvir as comunidades, os bairros, as pessoas que estão efetivamente no dia a dia dos bairros. O que eu carrego comigo é uma capacidade muito grande de ouvir, de estabelecer diálogos. Eu tenho um desejo muito grande de ainda ver uma parte do orçamento público sendo decidido pela população, porque quem mora no bairro é quem sabe o que precisa no bairro, que sabe onde o calo aperta. Tenho muita vontade de estabelecer um governo onde tenhamos, efetivamente, uma estrutura capaz de ouvir a população. Não estou falando algo absolutamente novo, mas percebo que falta, de fato, esse exercício de ouvir setores da sociedade”.

    Sobre a Série de Entrevistas do Maringá Post com os pré-candidatos a prefeito

    Iniciada no dia 11 de setembro, a Série de Entrevistas do Maringá Post se propõe a ouvir todos os pré-candidatos à Prefeitura de Maringá. Dois pré-candidatos serão entrevistados por semana, com as reportagens indo ao ar nas segundas e quintas-feiras, sempre às 12h. Até o momento, já foram ouvidos Homero Marchese (Republicanos)Humberto Henrique (Solidariedade), Sidnei Telles (Avante), Doutor Batista (União Brasil), Flávio Mantovani (Solidariedade), Professora Ana Lúcia (PDT) , Edson Scabora (MDB), Delegado Jacovós (PL), Silvio Barros II (Progressistas) e Do Carmo (União Brasil).

    Foto: Arquivo/Alep

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