De acordo com a presidente da Organização Mundial da Família (WFO), ONG responsável pela construção do Hospital da Criança, Deisi Kusztra, a previsão é de que a obra seja concluída em novembro deste ano. Mas para isso, ainda faltam cerca de R$ 50 milhões. Os recursos devem ser repassados pelo Estado do Paraná.
Deisi Kusztra esteve em Maringá nesta quarta-feira (29/5), em reunião com os vereadores de Maringá que integram a Comissão Especial do Hospital da Criança.
Segundo ela, até agora, os prazos de repasse de recursos por parte do governo estadual foram cumpridos. Deisi acredita que não vai haver problemas com o repasse do valor restante. “O que tinha que ser repassado até agora, foi. Então, eu não creio que vá faltar recursos aqui. Está tudo planejado e no seu devido tempo. Se faltar, eu vou lá brigar por isso”, declarou.
Em coletiva de imprensa durante a Expoingá 2019, o governador Ratinho Junior (PSD) disse que a gestão anterior repassou apenas R$ 40 milhões dos R$ 90 milhões de recursos do Ministério da Saúde previstos para construção da unidade.
Segundo ele, o restante dos recursos foram usados em outras demandas. “Assumimos o governo e não tinha esses R$ 50 milhões programados, o que nos causou um desafio para resolver. Estamos fazendo um estudo, com muita dificuldade, mas vamos cumprir esse compromisso para que o hospital não pare o cronograma de obras”, disse.
Em entrevista ao Maringá Post na quarta-feira (22/5), Deisi Kusztra afirmou que 60% das obras do Hospital da Criança foram realizadas. Segundo ela, a previsão é que a obra seja concluída em meados de novembro deste ano.
“Estamos terminando as vigas de perímetro, e assim que elas estiverem prontas, vocês vão se surpreender com a rapidez que vai ser terminada [a obra]. Com as vigas de perímetro, vamos estar cobertos, e mesmo que chova, não vai interromper a obra. Os prazos estão em dia. Estamos trabalhando com três frentes e vamos terminar em novembro”, afirmou.
A montagem da superestrutura do Hospital da Criança ficou parada durante cerca de um mês. Isso porque a empresa responsável por esta parte da construção foi dispensada. Mesmo assim, a presidente da WFO afirma que o impasse não interferiu no andamento da obra.
“Quem planeja bem, tem a solução um e a solução dois. Tivemos problemas com a uma empresa por falta de qualidade e não cumprimento do contrato. A empresa que não cumpre o contrato não vai prosperar conosco. Essa empresa foi dispensada e outra foi contratada no lugar”, ressaltou Deisi Kusztra.
Há, ainda, a preocupação acerca do órgão que vai ficar responsável pela gestão do Hospital da Criança. Para o presidente da Comissão Especial do Hospital da Criança, Odair Fogueteiro (PHS), a solução seria criar um consórcio entre os municípios que vão ser atendidos pelo hospital.
“Não tem como o município de Maringá absorver toda essa despesa, todo o custeio de manutenção desse hospital de grande porte, que vai atender 115 municípios. No meu ponto de vista, tem que ser criado um consórcio, para que esses municípios, junto com o governo estadual, e junto com o nosso governo municipal, possam dar sustentabilidade na manutenção de gestão do hospital”, ressaltou.
O convênio do Hospital da Criança de Maringá foi anunciado em dezembro de 2017 e os primeiros contêineres com os pré-moldados para a construção chegaram em outubro de 2018. A obra iniciou em fevereiro deste ano.
A Comissão Especial do Hospital da Criança foi instalada no dia 14 de maio, e é composta por Odair Fogueteiro (presidente), Chico Caiana (relator), Dr. Jamal (membro), Belino Bravin (membro) e Flávio Mantovani (membro). O objetivo é analisar as condições orçamentárias e financeiras de que dispõe o Estado para a construção da obra.
Durante a Expoingá 2019, os vereadores que integram a Comissão Especial entregaram um ofício ao governador Ratinho Junior solicitando informações sobre o repasse dos R$ 50 milhões. O ofício ainda não foi respondido.
A Comissão Especial também solicitou, por meio de requerimento que vai ser votado na Câmara nesta quinta-feira (29/5), que o prefeito Ulisses Maia (PDT) informe aos vereadores os dados financeiros relativos à construção do Hospital da Criança.
No requerimento, eles solicitam a previsão orçamentária para a construção e especificação dos valores oriundos do Estado, da União e da Organização Mundial da Família, além de cópias digitalizadas de toda a documentação relativa aos contratos alusivos à construção do Hospital da Criança.
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