No auge da terceira idade não sabia como se afastar das opiniões contrarias a sua fase. Sobrevivia à custa de sua aposentadoria… O que de justo mantinha como caráter. Mas é o tempo quem faz o papel principal nessa história. Perde-se a beleza que encanta da juventude, porem a essência permanece sem alteridade. O amor sobrevive mesmo na hipocrisia da vida.
Era prudente sabia como remediar as dores alheias como se fossem suas. Seu poder de empatia era de uma sensibilidade descomunal. Sua casa adquiriu com uma barganha… Naquele ano década de 80 a palavra era como um cheque especial. Foi com uma moto e um pouco de dinheiro de sua reserva que finalizou o contrato de aquisição da primeira casa.
Em 86 gerou seu único filho. O pai da criança esteve presente durante pouco tempo. Seus interesses eram outros que cuidar de um bastardo. Fazia questão de rejeitar o filho. Mas o abandono fez sua força.
Ela guardou no álbum de fotos eventos de toda a espécie… Um chamou-lhe a atenção. Sua primeira comunhão… Todas as garotinhas da igreja entravam com seus lindos vestidos…Ela não teve um para se igualar. Vestiu-se de saco de grãos geralmente usado para transporte de arroz.
Seu pai era falecido ainda em sua tenra infância. Não guardava lembrança que a razão suportasse. A sua mãe idosa na casa dos 85 anos se esforçava para apoiar a filha mais nova. No quarto das velhas imagens de santos católicos ilustravam as prateleiras… Jesus Cristo e Padre Cícero eram seus ícones de mais fé.
Sua mãe, Arminda era de uma caridade inigualável. Levantava todos os dias as 5:00 hs para preparar o café da manhã dos netos que com ela moravam. Criou sete filhos e agora se ajustava com força de guerreira para cumprir a parte da obrigação que era dever dos filhos.
O coração de mãe não tem medidas…Mas eclode em um perfume que não envelhece como a pele. Um antidoto para o ódio, um caminho para a verdadeira liberdade. Assim ela criou seu único filho… Sem esposo e levantando a cada tombo que os esforços lhe aplicavam… Vícios do dia proeza de quem guarda a esperança em dias melhores.
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