Um amor e um violão

 

A engenhosidade lhe sobressaia aos fios de cabelos; vagarosamente pela fresta entreaberta da porta do quarto; vasculhando metódico as notas os falsetes; delirante apreciei, metendo os dentes onde não fui convidado.
Centrado contia-se em delicados dedilhados; folhando senil o livro rústico, há muitos anos guardado. Calçava aquele par de sandálias transversais marrons, combinando arrojado ao cachecol perfumado listado.
Arisco, murmurava baixinhas blasfêmias; os dedos calejados truncavam cínicos, adjacentes traçados. Minguante a lua comprimia a natureza do recinto; personificando dos tacos quadriculados do chão aos assoalhos.
Apaziguado, estático fiquei; ali rente ao fetiche caprichoso, como quem de campana assiste a um desfile. Observei com mais tenacidade as rugas, a magreza, delicada a inconstância de um felizardo aprendiz de musico.
Salvo de um alivio incandescente, o canto então saia lentamente mergulhada em agonia; cívico de um trabalhador afável, estigmatizado por um maldito abandono do tempo.
Viria, a saber, mais tarde; que tivera ainda moço um grande amor; o pai a levara pra longe numa infinita noite; que volta e meia o atormentava doravante, em cenas resgatadas pela historia que sucinto a si mesmo lembrara.
Deveria eu, ter aproximadamente uns onze anos, quando acalorado as custas das dores de meu tio, pela primeira vez me aproximei do violão. Uma canção de Adoniran era quem eternizara saliente seus andaimes.

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