“Eu nao atualizo meu acervo em sebos” Responde Andye Iore, jornalista, coordenador do Clube do Vinil de Maringá e do projeto Zombilly. O disco de vinil, conhecido simplesmente como vinil ou disco fonográfico ou Long Playng Record. ( longa duração, segundo a tradução portuguesa). Em sua composição física – é estruturado com  Policloreto  vinila ou  ” PVC” ( material plastico  O PVC pode ser categorizado entre rígido (não modificado) ou flexível (plastificado). Fabricado pelo engenheiro Peter carl Goldmark – Pertencente a Colúmbia Records – Em suma é importante a ressalva – o Disco de 78 rotações também de  Goma Laca. Esta construção simbólica perdura ate o ano 1990 com o parto do CD.

Nascido em Maringá atua também na Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Maringá. Os discos são uma atividade secundária (atenta). Tento ser objetivo  pergunto e recebo categoricamente a resposta.:

Maringá Post.: O que acha da interferência das mídias digitais e sua interferência para ao público do vinil.

Andye.:

Não existe volta do vinil. As pessoas confundem. O que aconteceu foi que acabou o mercado comercial no Brasil. Mas os discos continuaram sendo feitos nos Estados Unidos e Europa. Ou seja, nós colecionadores continuamos comprando discos de vinil todos esses anos. Sempre teve. Com a queda nas vendas de CDs, com o público ouvindo mais MP3, houve um interesse maior das fábricas – em todo o mundo – pelos discos de vinil. Assim, prensas, fábricas que estavam desativadas, foram voltando ao mercado. Ou seja, em algumas situações, para a fábrica não fechar, voltou a fabricar vinil. No Brasil o que aconteceu foi a aposta num nicho que eram os colecionadores. Aos poucos, o mercado foi ampliado com a demanda crescendo rapidamente. Hoje, o mercado está como era antes de chegar o CD. Vendas crescendo em todo o mundo. O que atrai uma rede de produtos: agulhas, vitrolas, acessórios, outros aparelhos…

Tenho distribuidores, recebo discos de gravadoras, selos e diretamente das bandas. Vou a sebo ocasionalmente e sempre quando viajo para ver se acho algum disco pra minha coleção. Ocasionalmente compro alguma coleção de alguém que esteja se desfazendo.

Andye afirma.:

Separo bem as coisas. Tem o acervo da loja em mais de 5 mil discos. E tem a minha coleção que hoje deve ter uns 3,5 mil discos. Já tive mais, mas me desfiz de muita coisa que não costumava ouvir.

Maringa Post.: Como surgiu a Porão Discos?  –

Também costumo ir em feiras de discos como expositor em São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

era um sebo no Centro Comercial de Maringá na década de 1980. Tinha livros e discos de vinil. Eu trabalhei por dois anos como funcionário. No começo da década de 1990 os sócios decidiram vender a loja. Ficou alguns meses à venda e não houve negócio. Como os donos sabiam que eu gostava, me ofereceram. Mas não tinha como eu comprar. A loja seguiu à venda mais um pouco. E os donos melhoraram a oferta, parcelaram. Com a venda de uma semana da loja eu conseguia pagar a parcela. Assumi, mudei totalmente. Tirei os livros e discos que não eram de rock. Transformei numa loja especializada em rock. A primeira no interior do Paraná. Virou referência em toda a região. Fiquei com a loja por oito anos.

Como era muito jovem, sem noção de administração, gestão, eu sempre gastava a boa grana que a loja dava. Com o tempo, houve a transição do vinil pro CD em meados da década de 1990. As vendas caíram muito. Ainda tentei trocar o acervo da loja por histórias em quadrinhos e RPG. E fiquei endividado no banco. Chegou num ponto que tive que fechar a loja, descolar um trampo e pagar a dívidas. Passei dois anos assim. E foi período que voltei a estudar e me formei em Jornalismo. Aos poucos a situação foi melhorando e segui numa ótima carreira na Comunicação. Segui comprando discos todos esses anos.

Maringá Post.: Mesmo com dificuldades continuou com seu sonho e que vem dando certo até o  aumento. existe um albun que você não vende?

“A volta ao comércio foi pela internet em 2014. Eu ia para feiras de discos em São Paulo comprar discos pra mim. Pensei que podia fazer uma feira de discos em Maringá ao invés de viajar, já que tinha muito material. Assim nasceu o Clube do Vinil de Maringá. Cheguei a reabrir a loja em 2018, mas logo em seguida tive a oportunidade de voltar ao Jornalismo em Maringá. Comecei a trabalhar na Prefeitura e fechei a loja. Com a pandemia de coronavírus, houve uma grande demanda por discos pela internet. Reformulei a maneira de trabalhar e foquei mais no acervo de discos novos. Justamente os mais caros que não costumam ter nas lojas pelo preço ou porque os lojistas não conhecem. Também com foco nos discos independentes underground de punk, heavy metal e alternativo. Funcionou muito bem. É o que é a página de @oporaodiscos”Também costumo ir em feiras de discos como expositor em São Paulo, Paraná e Santa Catarina”.

Maringá Post.: Dia 07- 08- 2021 Não deixem de prestigiar a mega feira do Porão Discos ministrada por Andye Iore. Será no mercadão Municipal a partir das 10 horas as 18 horas.

 

Luiz Renato Vicente é acadêmico de Filosofia da UEM (Universidade Estadual de Maringá). Vencedor de duas Edições do Prêmio Melhor Leitor do Ano pela Rotary Club Internacional e Semuc. 2017 ( 2º lugar) e 2019 ( 1º lugar) na categoria adulto. Autor do Livro Desamparo ( Micro-Contos) Pela AR Publisher Editora.