Dava para vê-lo na janela do prédio principal do condomínio. Sala pequena, mas aconchegante. Poucos instrumentos de trabalho. Habituado estava… Trabalhava no segmento de correspondente bancário uns dez anos estimativamente. Seus clientes eram em suma velhos aposentados a procura de uma renda a mais para a reforma do lar ou fazer uma viagem. João Aparecido não escondia sua idade, sua aparência enganava graças a vestes que lhe incumbia. Ao auge de seus 44 anos de idade recebia cordialmente seus visitantes.

Não tinha filhos, pelo menos no tempo em que concedeu uma primeira entrevista de emprego. Mas João sabia bem o que fazia, era o melhor em experiências. Mais de oito anos como repositor de pequenos mercados e uma boa estadia no exterior fizeram de João um cara sensato e polido.

Tinha uma moto de seus sonhos, uma CBR 450 ano 92 na cor azul com detalhes em preto. Conheci João numa dessas caminhadas da vida… Eu com 18 anos e ele aos 28… Com ele conheci uma banca de amigos visceral… Muitas garotas soltas afim de um bom vinho e Rock In Rool.

Em uma noite aos sair de um show no beco da cidade nos juntamos a um turma que também curtia as mesmas baladas… Tudo movido a goles e mais goles e paixonites que duravam uma noite. João falava japonês e isso nos rendeu muitas meninas.

Mas João tinha bons planos em mente… Voltamos ao inicio de seu legado. João começou a estudar matemática financeira… Era fera em cálculos, desde criança sua mãe lhe educou para contar centavo por centavo quando fora a padaria mais próxima comprar o pão de todo dia.

E o cara deu certo… Começou sem locação… Fez uma carteira de clientes antes de montar seu modesto escritório. E quando finalmente conseguiu um endereço seu nome foi se perpetuando no ramo. Faz dez anos que conheço João Aparecido. Tem duas filhas e seu negocio prospera como uma torrente de chuva em dia frio.

E hoje é possível encontra-lo em seu famoso escritório. Continua se atualizando e pretende abrir mais três unidades e ampliar seu empreendimento.

 

 

Luiz Renato Vicente é acadêmico de Filosofia da UEM (Universidade Estadual de Maringá). Vencedor de duas Edições do Prêmio Melhor Leitor do Ano pela Rotary Club Internacional e Semuc. 2017 ( 2º lugar) e 2019 ( 1º lugar) na categoria adulto. Autor do Livro Desamparo ( Micro-Contos) Pela AR Publisher Editora.