Desagua pra um infinito, um infortúnio incolor, desabrigado desconjurado sinistro…Nada duvido se lhe incorre amor!
Desceu a escada como torrente de águas claras, vestindo o bege e xale preto que lhe rendia anos de aparência. Sem endereço fixo parou o primeiro taxe que aparecera e sem excitar decidiu pra onde iria. Parou num prédio velho cheio de imponência e pagando o motorista olhou dizendo : Fico aqui… Mas ali ficara quase todas as madrugadas frias ou as manhãs floridas do outono. Que esconderia o prédio , o traje, o horário.Perguntara-se o condutor.
São restos de uma vida dilacerada, abraços que não se costuram com linhas ou arame farpado são palavras que não se conjugam propícias porque não desencadeiam livre arbítrio ou alto estima.
Luiz Renato Vicente é acadêmico de Filosofia da UEM (Universidade Estadual de Maringá). Vencedor de duas Edições do Prêmio Melhor Leitor do Ano pela Rotary Club Internacional e Semuc. 2017 ( 2º lugar) e 2019 ( 1º lugar) na categoria adulto. Autor do Livro Desamparo ( Micro-Contos) Pela AR Publisher Editora.