Ela era linda e exalava pra todo lado sua beleza simples porque não usava maquiagem. Ela bebia o máximo do corpo até a leveza se cansar e virar rubro que chegava estilhaçar seu copo. Ela somente ela, ficava imponente, quando não falava nada na vontade do berro. Eu guardei ela por longos anos, quando ela não suportava o minimo de mim.Assim apreendi a voltar o controle remoto, as imagens amarelas do porta retrato o cheiro de novas iguarias. Pertenço aos que longe veem, aos olhos cegos por fuligem, robusta cegueira que decanta a solidão que alimento. Assim prefiro a loquaz cantareira, ao assobio das trombetas, Então me refugio em mim mesmo, na timidez lucida que alcança a morte…Em diagonal, sugando aos poucos a vida improvisada.

Luiz Renato Vicente é acadêmico de Filosofia da UEM (Universidade Estadual de Maringá). Vencedor de duas Edições do Prêmio Melhor Leitor do Ano pela Rotary Club Internacional e Semuc. 2017 ( 2º lugar) e 2019 ( 1º lugar) na categoria adulto. Autor do Livro Desamparo ( Micro-Contos) Pela AR Publisher Editora.