Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Em 2023, o Brasil avançou significativamente na imunização infantil, retirando o país do ranking das 20 nações com mais crianças não vacinadas, conforme estudo global divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Unicef e a Organização Mundial da Saúde (OMS).
O levantamento revela que o número de crianças que não receberam a primeira dose da vacina DTP (difteria, tétano e coqueluche) caiu de 710 mil em 2021 para 103 mil em 2023. Para a terceira dose da DTP, a redução foi de 846 mil para 257 mil no mesmo período. Com essa melhoria, o Brasil, que em 2021 ocupava a sétima posição entre os países com mais crianças não imunizadas, deixou a lista negativa.
Luciana Phebo, chefe de Saúde do Unicef no Brasil, destacou que esse avanço representa uma retomada após anos de queda na cobertura vacinal infantil. Ela ressaltou a necessidade de expandir os esforços de vacinação para além das unidades de saúde, alcançando escolas, Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e outros espaços públicos onde crianças e famílias vulneráveis se encontram.
Enquanto o Brasil apresentou progresso, o cenário global é oposto, com o número de crianças sem nenhuma dose da DTP1 aumentando de 13,9 milhões em 2022 para 14,5 milhões em 2023. A cobertura vacinal global da DTP3 permaneceu estagnada em 84%, muito abaixo da meta de 95% necessária para prevenir surtos e mortes desnecessárias, especialmente de doenças como o sarampo, que teve surtos em 103 países nos últimos cinco anos devido à baixa cobertura vacinal.
O estudo do Unicef e da OMS, que analisou dados de 185 países, também revelou um aumento na vacinação contra o HPV entre meninas, de 20% em 2022 para 27% em 2023. No entanto, esse índice ainda está longe da meta de 90% necessária para eliminar o câncer do colo do útero como um problema de saúde pública.