Quanto ódio existe em quem não suporta o amor alheio

Quão ruim tem que ser o teu coração pro amor alheio te ameaçar como se fosse uma arma apontada?

 

Uma pergunta que, todos os dias, martela o meu pensamento e merece respostas

Estava rolando o feed do meu Twitter por esses dias, e um tuíte em especial me chamou a atenção. Parei para olhar, claro, pois ele foi publicado por uma das minhas amigas mais próximas, que admiro muito: a Andrea postou no dia 27 de outubro e, no mesmo dia, avisei ela que essa frase foi tão necessária que eu traria ela para a coluna. E assim fiz.

E fiz, basicamente, porque esse é o meu questionamento de todos os dias. É o motivo pelo qual eu mantenho esta coluna. É a razão que me faz acreditar em um mundo melhor para nós, pessoas LGBTQIA+, mas ao mesmo tempo sabendo que isso não vai se construir sem muita luta. É o porquê de eu, sempre que posso, falar sobre nós, nossas vivências e sobre nossas vidas.

E eu sou um cara que adora diálogo. E quem está próximo(a) de mim, sabe bem que eu costumo fazer muita pergunta. Um dos lemas que carrego pra minha vida é: nós passamos a nossa vida inteira respondendo perguntas. O que nos move, o combustível da nossa vida são as perguntas. Tem até aquela frase que, na internet, virou um grande clichê usado sem perceber: “quando você acha que encontrou todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.” E por que a vida vem e muda todas as perguntas? 

Viu? Mais uma pergunta?

Mas, voltando à pergunta que dá o título para este texto: eu não consigo entender o motivo do amor (e da personalidade, da sexualidade, do gênero, do jeito, das histórias, dos amores, dos afetos e de tantas características) de outra pessoa incomodar tanto um coração amargurado. Não há respostas. Eu sempre me pego pensando em questionar de verdade, realmente, qual é o problema que o amor do outro(a) traz para alguém. Não faz sentido.

Essa pergunta, na verdade, resume absolutamente tudo: porque o amor de outra pessoa agride o seu coração ao ponto de você não conseguir lidar com isso?

Isso sem contar no discurso falso e odioso que constróem, todos os dias, de maneira equivocada e muito desonesta, sobre nós: a ameaça que nós podemos levar para as crianças, o kit gay, a “ideologia” de gênero, a má influência… Quem pensam que nós somos para acharem que o simples fato de ser quem somos e de nos relacionar com quem nos relacionamos ocasionam em situações ruins? Tem tanta gente por aí que nem é LGBTQIA+ e é um lixo de pessoa, porque nós seríamos só pelo fato de ser quem somos? Sexualidade não tem nada a ver com caráter.

Eu acho que é uma pergunta que merece respostas todos os dias.

 

 

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