Qual é o peso real da mão invisível da LGBTfobia?

 

 

“Dizer que Bolsonaro é gay, por conta das suas maldades e do seu caráter duvidoso, é um tipo de homofobia?”

 

A gente normalizou durante muito tempo – e ainda normaliza – que a homossexualidade seja vista como a vilã da história. E eu tenho uma opinião bastante concreta sobre essa coisa das desconfianças com diversas pessoas sendo possivelmente LGBTQIA+, pois a gente sabe bem o objetivo por trás disso.

Vou usar um exemplo que vi por aí, recentemente, rodando a internet: as pessoas estavam falando que o presidente Bolsonaro (sem partido) só era “machão desse jeito, bravo, querendo pagar de militar, armamentista e tudo mais, porque é um gay incubado.” Que “no quartel, ele transava com os outros militares e tudo mais.” 

Só que quando a gente ouve falar disso, muitas vezes não percebemos o peso da homofobia: é como se ser gay, neste caso, fosse ser um vilão, carregando um fardo que as pessoas tiram não sei de onde. 

Frases como “olha lá, o cara só quer pagar de machão assim e faz essas coisas porque é gay”, ou ainda “para fazer esse tipo de coisa, com certeza é um gay que não se assumiu” reforçam um estereótipo e um senso comum segregador e preconceituoso. E a gente precisa diferenciar homossexualidade de mau-caratismo

Tem gente que é só desonesto, ruim, podre mesmo.  É muito perigoso justificar o mau-caratismo de alguém ligando isso à orientação sexual. É como se ser LGBTQIA+ a fizesse ruim. 

A reflexão que eu proponho é a seguinte: Você tem provas disso? Qual certeza você tem? Quem te afirmou essa certeza? Eu fico extremamente incomodado, quando esse discurso chega até mim, fico pensando: “Por que todo mundo que tem um comportamento diferente do esperado pela sociedade tem que ser gay?” 

Existe LGBTQIA+, no armário ou não, e mau-caráter? Claro que existe, é super possível. Mas antes da condição sexual dessa pessoa, existe o ser humano, é gente!!  

Quando você presenciar uma situação em que tentam justificar a maldade de alguém à condição LGBTQIA+, procure refletir sobre como a mão invisível da homofobia está presente. A gente pode não ver, mas ela está lá.

Com toda essa reflexão feita, eu chego em um outro ponto e te convido a pensar comigo: porquê há tanta mobilização para  “arrancar o cara do armário à força?

Só que isso fica para a coluna da semana que vem. Te espero aqui!

Que as nossas mãos se unam em prol do bem comum e da certeza de que estejamos prontos a sempre aprender mais (Reprodução/iStock)

 

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