O pedido no topo da lista de prioridades foi feito em 2009, mas precisou aguardar 14 anos apenas para ter o laudo emitido. Atualmente, 4.556 árvores aguardam na fila para remoção em Maringá.
Por Victor Ramalho
Atualmente, 40% dos pedidos para remoção de árvores em Maringá classificados como “Emergência” estão aguardando na fila há 4 anos ou mais. O levantamento foi feito pelo Maringá Post, com dados do Portal da Arborização, da Secretaria de Limpeza Urbana (Selurb), atualizados até a tarde desta segunda-feira (18). A fila de remoção de árvores em Maringá fica disponível para consulta pública (clique aqui para acessar).
Emergência é a mais alta das quatro categorias de classificação dos pedidos de remoção que entram na Selurb, significando “risco de queda iminente” ou “risco de vida”, conforme a classificação dada pela própria pasta em seu site oficial. Até esta segunda-feira (18), Maringá tinha 4.556 árvores na fila aguardando remoção, considerando apenas as com laudo florestal já emitido.
Do total, 192 eram classificadas como pedido de Emergência, 1996 como Urgência, 1292 como Prioridade I e 1076 como Prioridade II. Entre os 192 pedidos classificados como Emergência, 78 foram protocolados em data igual o anterior a 2020.
Protocolos de Emergência em Maringá – Quantos pedidos de cada ano aguardam atendimento?
2009 – 1
2010 – 2
2011 – 3
2012 – 4
2013 – 1
2014 – 3
2015 – 7
2016 – 5
2017 – 11
2018 – 11
2019 – 10
2020 – 20
Fonte: Portal da Arborização/Selurb
O pedido que ocupa o topo da lista é de protocolo Nº 165474, feito no dia 01 de dezembro de 2009. Nele, um morador pede uma remoção de um alecrim na rua Pará. O laudo autorizando a remoção, conforme consta no Portal, só foi emitido em 8 de novembro de 2023, quase 14 anos depois.
Pedidos no topo da lista de prioridades da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Selurb) até a tarde desta segunda-feira (18). O pedido nº 1 foi feito em 2009 | Foto: Reprodução/Portal da Arborização/Selurb
Zerar a fila de remoções de árvores tem sido um desafio da atual administração. Em abril do ano passado, o prefeito Ulisses Maia (PSD) chegou a afirmar, durante entrevista à rádio CBN, que o município iria zerar a fila até o fim de 2023. Na ocasião, eram 3.598 árvores aguardando remoção e já com laudo.
Ao longo de 2023, no entanto, foram 1.172 árvores removidas, conforme dados disponibilizados pelo próprio município, uma redução de 40% nas remoções em comparação com 2022, quando 2.017 árvores foram removidas.
Por meio de nota, a Prefeitura de Maringá informou que segue uma programação diária e afirma ter realizado, em 2023, mais de 33 mil serviços de arborização. Leia a nota na íntegra:
“A Secretaria de Limpeza Urbana segue com programação diária dos serviços de arborização, com prioridade para os protocolos com parecer técnico de emergência.
Em 2023, foram realizados mais de 33 mil serviços de arborização na cidade, entre remoções, podas, desbarra, recolhimento de galhos, destocas e outros. Ao todo, foram 544 remoções de árvores apenas com parecer de emergência.
É importante ressaltar que, em 2023, Maringá registrou fortes temporais em um curto espaço de tempo. Nessas situações, o serviço ficou concentrado nos atendimentos das ocorrências causadas pelas chuvas. Como por exemplo o temporal ocorrido no dia 7 de outubro, em que a cidade registrou quedas de granizo e a rajada de vento mais forte da história, com ventos que ultrapassaram os 110 km/h. Na maioria das situações registradas houve quedas de árvores de grande porte e, em algumas situações, sobre a fiação elétrica, residências ou veículos, o que torna o atendimento complexo e a execução do serviço leva mais tempo.
A Secretaria de Limpeza Urbana reforça que finaliza a elaboração de processo licitatório para contratação de empresa para serviços de arborização, o que irá agilizar os atendimentos aos protocolos.”
Indenizações por quedas de árvores somam R$ 2,3 milhões em três anos
Maringá pagou quase R$ 1 milhão para contribuintes em indenizações por quedas de árvores e galhos em 2023. Os dados foram disponibilizados pela Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Selurb), a pedido do Maringá Post. Ao todo, foram R$ 977.060,23 pagos no último ano.
O valor supera em pouco mais de R$ 100 mil o montante pago em indenizações em 2022, quando o município pagou R$ 873.649,34 em compensações, conforme dados fornecidos pela Selurb na época. Em 2021, o valor pago foi de R$ 523.143,33, totalizando mais de R$ 2,3 milhões em indenizações em três anos.
Imagem Ilustrativa/Arquivo/PMM
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