“Esperamos que o próximo prefeito tenha um banco de projetos para Maringá”, afirma presidente da Acim

Em entrevista ao Maringá Post, José Carlos Barbieri ressaltou o espírito republicano da relação da entidade com o poder público municipal e reforçou que a Associação Comercial está sempre disposta a contribuir com o futuro da cidade.

  • Em entrevista ao Maringá Post, José Carlos Barbieri ressaltou o espírito republicano da relação da entidade com o poder público municipal e reforçou que a Associação Comercial está sempre disposta a contribuir com o futuro da cidade.

    Por Victor Ramalho

    Considerada uma das mais atuantes do Paraná, a Associação Comercial e Empresarial de Maringá (Acim) articulou, nos últimos anos, uma série de grandes projetos para o município junto ao poder público. Foi a entidade que pagou, por exemplo, o projeto executivo para a duplicação do trecho da PR-317, que liga os municípios de Maringá e Iguaraçu, além de ter feito o ‘meio de campo’ para tirar do papel o Trevo do Catuaí, cujo as obras iniciaram recentemente.

    Diante disso, embora a entidade nunca tenha interferido no processo eleitoral local manifestando apoio a candidatos, há um perfil que ela considera ideal para o futuro prefeito de Maringá. É o que afirma o atual presidente da Acim, José Carlos Barbieri. Primeiro entrevistado da Série de Entrevistas “O futuro de Maringá”, iniciada pelo Maringá Post nesta quinta-feira (30).

    De acordo com Barbieri, a entidade espera que um futuro chefe do Executivo tenha um “banco de projetos” de infraestrutura para Maringá. “O que esperamos para o futuro é que o governo municipal, seja o atual ou os próximos, criem um banco de projetos com obras de infraestrutura para Maringá, que precisa ser melhorada. Estamos falando de Mobilidade Urbana, de Escolas, de Segurança Pública, de Saúde, então precisamos de projetos nesse sentido”, afirmou.

    O presidente da entidade empresarial exemplifica alguns projetos que considera fundamentais para serem trabalhados nos próximos anos. Parte deles envolvem a ligação entre os municípios de Maringá e Sarandi, por conta da grande quantidade de trabalhadores das empresas maringaenses que moram no município vizinho.

    “No momento, estamos muito preocupados com a mobilidade entre Maringá e Sarandi. Nessa preocupação, estamos reunidos, entre vários empresários, para levantar em torno de R$ 800 mil para que possamos ter a elaboração do projeto de rebaixamento da linha férrea, que vai da Pedro Taques até a CPA, após Sarandi. Esse projeto básico vai ficar em torno de R$ 800 mil e a obra, como um todo, cerca de R$ 1 bilhão. Estamos também muito preocupados com a zona norte de Sarandi, onde podemos fazer alguns projetos para que possamos ter a ligação entre as duas cidades, facilitando o intercâmbio entre as duas. Sabemos que muitas das nossas empresas têm colaboradores que moram em Sarandi, então precisamos buscar qualidade de vida para eles, melhorando a mobilidade. Então, estamos trabalhando muito com isso”, disse.

    José Carlos Barbieri destaca o papel atuante do empresariado maringaense e o que chama de relação “republicana” entre a Associação Comercial e a Prefeitura. Na visão dele, outra característica importante para um futuro chefe do Executivo é a percepção de que a entidade está disposta a contribuir.

    “Nossas relações sempre foram muito republicanas, ou seja, sempre que a gente teve a possibilidade de contribuir, nós contribuímos. É assim que a Acim surgiu e quer continuar agindo, sempre pensando no bem de nossa cidade. Diante disso, a gente deseja que o próximo prefeito de nossa cidade seja alguém que venha com esse banco de projetos e nos permita continuar trabalhando, gerando emprego e renda. Isso é fundamental para a nossa cidade, que tenha uma relação republicana com as entidades, deixando sempre muito claro que podemos contribuir, mas quem tem a caneta é o prefeito eleito”, destacou o presidente da entidade.

    Investimentos em Educação, Segurança Pública e estímulos fiscais para empresas

    Ao Maringá Post, Barbieri também elencou alguns eixos que considera que deveriam demandar mais atenção do poder público local. Um dos apontamentos é na área da Segurança Pública. Ele defende que Maringá tenha uma “união das forças de segurança” no combate a criminalidade.

    “Precisamos de políticas públicas para combater a criminalidade e manter os índices de segurança elevados em nosso município. Precisamos de uma união entre as forças de segurança para combater isso. Sabemos que parte dessa responsabilidade é do Governo do Estado, mas também podemos ter políticas internas de sensibilização para termos uma maior sensação de segurança”, disse.

    Ainda na área da Segurança, o dirigente defende uma maior fiscalização para inibir a ação de vendedores ambulantes. Na visão dele, a prática prejudica o pequeno empresário que paga impostos, gera empregos e mantém seu negócio na legalidade.

    “Uma coisa que precisamos rever também, para beneficiar os comerciantes que têm suas lojas e pagam seus impostos são medidas contra os vendedores ambulantes. Precisamos acabar com essa concorrência desleal. Muitas vezes, alguns deles até vendem produtos falsificados, então precisamos ter uma fiscalização integrada para que não prejudiquemos aquele comerciante que está gerando emprego, renda, pagando seus impostos e tem, na porta da sua loja, uma pessoa vendendo produtos falsificados e que não está pagando imposto algum”, destacou.

    Na área da Educação, Barbieri considera importante a cidade ter medidas para melhorar os índices de eficiência da Educação Básica. Ele destaca que, por meio da educação, a cidade pode ser capaz de gerar mão de obra qualificada e, com isso, atrair mais empresas.

    “Precisamos de Políticas Públicas para ter como meta o maior Ideb do Paraná. Nunca tivemos o maior, mas sempre estivemos entre os melhores, tanto nas séries iniciais ou finais, é importante termos isso. Quando temos uma boa educação, isso estimula que as pessoas continuem estudando e é fundamental que elas continuem estudando”.

    Por fim, o presidente da Acim reforça as possibilidades que um maior incentivo fiscal para empresas da área de tecnologia podem trazer para Maringá no futuro.

    “Outra coisa que observamos bastante na cidade é que precisamos melhorar ao máximo os benefícios fiscais para as empresas que investem em tecnologia, pois ela atrai uma mão de obra muito qualificada, não polui, não produz resíduos e os salários são muito bons. Então, se tivermos benefícios fiscais para essas empresas e para o Parque Tecnológico, nós iremos sair na frente”, finaliza.

    Foto: Divulgação/Acim

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