Luiz Lourenço Júnior (NOVO) foi o entrevistado desta segunda-feira (23) na Série de Entrevistas do Maringá Post com os pré-candidatos à Prefeitura de Maringá. Na visão dele, medida seria uma forma de privilegiar os servidores de carreira e que “conhecem, de fato, o serviço público”.
Por Victor Ramalho
Fundado oficialmente em 2011, mas com registro definitivo obtido em 2015, o NOVO ainda busca o seu espaço dentro do cenário político nacional. Ideologicamente ligado à direita, o partido tem como principal bandeira o enxugamento da máquina pública, com o Estado presente em áreas essenciais como Saúde, Educação e Segurança Pública, conforme descrito no site oficial da legenda.
Atualmente, além do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o NOVO têm como representante no Executivo o prefeito de Joinville (SC), Adriano Silva. Para 2024, a ideia é aumentar o número de candidaturas pelo Brasil, com Maringá inserida nessa rota.
Com diretório municipal fundado em 2017, o NOVO em Maringá já tem no planejamento o lançamento de uma chapa à Câmara Municipal, a exemplo do que ocorreu em 2020, mas desta vez também lançará uma candidatura independente ao Executivo. O compromisso está firmado com os filiados da cidade, conforme adiantado pelo pré-candidato a prefeito pelo NOVO, Luiz Lourenço Júnior, entrevistado desta segunda-feira (23) na Série de Entrevistas do Maringá Post à Prefeitura de Maringá.
“Depois da eleição presidencial do ano passado, nós fechamos um acordo com os filiados de Maringá de que nós lançaremos uma chapa de candidatos a vereadores, assim como um candidato a prefeito. A gente têm o que nós chamamos de “Jornada 2024”, onde fazemos um processo de seleção de novos filiados, com provas de alinhamento político, pois consideramos importante termos pessoas dentro do NOVO que pensam igual ao partido. Nós teremos chapa sim, com três ciclos de formação de novos filiados, o primeiro já encerrado e com os aprovados aí recebendo treinamento, sobre como organizar uma campanha, captar recursos e tudo mais. Não sei se serei eu (o candidato ao Executivo), se aparecerá um outro nome, mas sem dúvida estaremos nessa disputa”, explica o pré-candidato.
Apesar de estar envolvido com as atividades da legenda desde 2017, Luiz Lourenço Júnior ainda é uma figura nova no cenário político local, por nunca ter ocupado cargo eletivo e nem sido candidato. Maringaense e engenheiro agrônomo de formação, ele segue atuando no ramo da agricultura e conta que o interesse pela política surgiu após uma ‘bronca’ que ouviu do pai.
“O interesse pela política veio depois de uma ‘bronca’, digamos assim, que recebi em casa. Isso é coisa de uns oito ou dez anos atrás, eu estava reclamando muito dos rumos que o Brasil estava tomando, como a maioria das pessoas têm feito hoje. Aí meu pai me deu uma chamada, dizendo que eu já tinha idade o suficiente para entender que se eu não fizesse algo hoje, nada seria diferente amanhã. E foi isso que me chamou a atenção, me fez entender que eu deveria, de fato, me envolver nesse meio. Na época eu cheguei a conhecer alguns partidos, pessoas envolvidas, tive convites para me filiar, mas época nenhum partido me chamou a atenção, não sentia que me encaixava em nenhum, até que conheci o Christian Lohbauer, que foi candidato a vice pelo NOVO em 2018 e ele foi meu mentor, digamos assim, por também ser da área do agro. Nisso, acabei me filiando ao NOVO, que na época tinha poucos filiados e pouca atividade em Maringá, então acabei me juntando aos colegas e fazendo um trabalho para juntar novos filiados e formarmos um diretório”, conta.
Nas articulações internas para a disputa da Prefeitura de Maringá no ano que vem, o partido não pensa em formar coligação com outra legenda. Na visão deles, muito além de ganhar uma eleição, é preciso estar cercado de pessoas que pensam conforme os ideais do NOVO.
“O NOVO, diferente de outros partidos, a gente precisa ser sustentável primeiro, então os filiados fazem uma contribuição mensal ao partido para que, com essa arrecadação, a gente possa manter os custos de um diretório, já que nós não recebemos financiamento de ninguém. Dessa forma, construímos o diretório de Maringá e estamos trilhando esse caminho dentro da política. […] Uma coisa importante no NOVO é que nós não queremos apenas vencer uma eleição, queremos fazer a coisa certa. Claro, iremos ter toda a cordialidade possível dentro do jogo político, mas sabemos que para fazer a coisa certa precisaremos estar alinhados com pessoas que pensam como a gente. Hoje, não existe nenhum impedimento dentro do partido para a formação de coligações, tirando os partidos de esquerda, então temos a possibilidade. Mas, no cenário atual, nós não vemos como possível (participar de uma coligação) nesse momento. Particularmente, acho muito difícil o NOVO fazer alguma coligação para a eleição do ano que vem”, explica Luiz Lourenço.
Na visão do pré-candidato, o foco de atenção do próximo gestor precisa ser em colocar as atenções do serviço público nas áreas essenciais, como Saúde, Educação e Segurança Pública, onde ele é mais demandado. Ainda conforme o pré-candidato, caso eleito ele quer fazer uma reforma administrativa para diminuir o número de secretarias municipais. E para escolher os profissionais responsáveis por cada pasta, ele pensa em realizar um processo seletivo com os servidores de carreira.
“Provavelmente, uma das coisas que faremos é diminuir o número de secretarias municipais. É impossível trabalhar como uma quantidade de secretarias tão alta, até porque entendemos que essa quantidade é para acomodar pessoas que apoiam a administração e, no nosso entendimento, com uma administração independente não vamos precisar fazer isso. […] O que o NOVO irá procurar fazer é organizar a escolha dos secretários sempre a partir de processos de seleção, a exemplo do que já ocorre em Minas Gerais e Joinville, sempre privilegiando o quadro de servidores de carreira, até para dar a oportunidade para essas pessoas que conhecem o serviço público, de fato, possam a ter oportunidade de ocupar esses espaços. Queremos ser uma administração menos política e mais voltada para o cidadão”, destaca.
Ainda na entrevista, Luiz Lourenço Júnior (NOVO) fala sobre o que o partido pensa de gestão pública e faz uma avaliação da atual administração municipal. Confira a entrevista completa:
- Para que as pessoas possam te conhecer melhor: qual a sua área de atuação profissional e quando surgiu esse interesse pela administração pública?
Luiz Lourenço Júnior: “De formação eu sou Engenheiro Agrônomo, sou daqui de Maringá mesmo, casado, tenho uma filha adolescente, sou formado pela UEM na década de 1990 e atuo na área de formação, desenvolvendo tecnologias para empresas de fora do Brasil e também sou agricultor, minha família toda vem desse ramo. O interesse pela política veio depois de uma ‘bronca’, digamos assim, que recebi em casa. Isso é coisa de uns oito ou dez anos atrás, eu estava reclamando muito dos rumos que o Brasil estava tomando, como a maioria das pessoas têm feito hoje. Aí meu pai me deu uma chamada, dizendo que eu já tinha idade o suficiente para entender que se eu não fizesse algo hoje, nada seria diferente amanhã. E foi isso que me chamou a atenção, me fez entender que eu deveria, de fato, me envolver nesse meio. Na época eu cheguei a conhecer alguns partidos, pessoas envolvidas, tive convites para me filiar, mas época nenhum partido me chamou a atenção, não sentia que me encaixava em nenhum, até que conheci o Christian Lohbauer, que foi candidato a vice pelo NOVO em 2018 e ele foi meu mentor, digamos assim, por também ser da área do agro. Nisso, acabei me filiando ao NOVO, que na época tinha poucos filiados e pouca atividade em Maringá, então acabei me juntando aos colegas e fazendo um trabalho para juntar novos filiados e formarmos um diretório. O NOVO, diferente de outros partidos, a gente precisa ser sustentável primeiro, então os filiados fazem uma contribuição mensal ao partido para que, com essa arrecadação, a gente possa manter os custos de um diretório, já que nós não recebemos financiamento de ninguém. Dessa forma, construímos o diretório de Maringá e estamos trilhando esse caminho dentro da política”.
- Historicamente falando, o NOVO ainda é um partido recente, que busca avançar no cenário político nacional. Aqui em Maringá, vocês já estão decididos a disputar essa eleição no ano que vem?
Luiz Lourenço Júnior: “O NOVO é extremamente recente, começou a ser criado em 2011, está criando as suas bases ainda. Aqui em Maringá nós já participamos do pleito de 2020, com uma chapa de cinco candidatos a vereador e, apesar de ser um partido recente, ele luta por algumas coisas que nenhum outro partido luta, por exemplo em retirar todas as barreiras que o governo impõe, para que o cidadão possa decidir o próprio destino. Nesse ano, depois da eleição presidencial do ano passado, nós fechamos um acordo com os filiados de Maringá de que nós lançaríamos uma chapa de candidatos a vereadores, assim como um candidato a prefeito. A gente têm o que nós chamamos de “Jornada 2024”, onde fazemos um processo de seleção de novos filiados, com provas de alinhamento político, pois consideramos importante termos pessoas dentro do NOVO que pensam igual ao partido. Nós teremos chapa sim, com três ciclos de formação de novos filiados, o primeiro já encerrado e com os aprovados aí recebendo treinamento, sobre como organizar uma campanha, captar recursos e tudo mais. Não sei se serei eu (o candidato ao Executivo), se aparecerá um outro nome, mas sem dúvida estaremos nessa disputa”.
- E como estão as conversas com outros partidos? Vocês pensam em formar coligações com outras legendas?
Luiz Lourenço Júnior: “Uma coisa importante no NOVO é que nós não queremos apenas vencer uma eleição, queremos fazer a coisa certa. Claro, iremos ter toda a cordialidade possível dentro do jogo político, mas sabemos que para fazer a coisa certa precisaremos estar alinhados com pessoas que pensam como a gente. Hoje, não existe nenhum impedimento dentro do partido para a formação de coligações, tirando os partidos de esquerda, então temos a possibilidade. Mas, no cenário atual, nós não vemos como possível (participar de uma coligação) nesse momento. Particularmente, acho muito difícil o NOVO fazer alguma coligação para a eleição do ano que vem”.
- Considerando que a sua candidatura se efetive, assumiria uma postura de oposição, situação ou independência da administração atual?
Luiz Lourenço Júnior: “Com relação a atual gestão, teremos uma relação de independência. Penso que não precisamos ter uma postura de situação ou oposição à outros grupos, mas de situação a quem paga imposto. O NOVO participando das eleições e tendo a chance de representar todos os maringaenses, a nossa posição será a de favorecer o cidadão, favorecer a quem de fato sustenta a prefeitura. Prefeitura nenhuma tem recurso próprio, ela vive exclusivamente do dinheiro do contribuinte. Um exemplo simples: aqui em Maringá nós tivemos um Orçamento de R$ 2,4 bi em 2022, em uma cidade de 410 mil habitantes, seria como se cada maringaense tivesse pago R$ 6.300 em um ano apenas em impostos, tem gente que paga mais, tem gente que paga menos, tem gente que acha que não paga nada, mas todos nós pagamos. Logo, nós vamos procurar ter uma gestão que favoreça o cidadão, tendo foco nas áreas essenciais, como Saúde, Educação e Segurança, mas o mais importante é que seremos uma gestão de todos os maringaenses, independente se sejam de esquerda, direita, situação ou oposição”.
- Em nível nacional, sabemos que o NOVO tem em seus ideais a questão do enxugamento da máquina pública e do Estado presente apenas onde ele é essencial. Em nível municipal, pensam que dá para implementar uma ideia parecida? O que o senhor pensa para a administração pública em Maringá?
Luiz Lourenço Júnior: “Não sou especialista, reconheço que sou um novato na política, não sou profissional do ramo e acredito que precisamos conhecer muito antes de falar. No entanto, com base no que vejo em outros municípios administrados pelo NOVO, como é o caso de Joinville, o que vamos procurar fazer é ter uma gestão muito mais ágil, tentando desburocratizar ao máximo. Provavelmente, uma das coisas que faremos é diminuir o número de secretarias municipais. É impossível trabalhar com uma quantidade de secretarias tão alta, até porque entendemos que essa quantidade é para acomodar pessoas que apoiam a administração e, no nosso entendimento, com uma administração independente não vamos precisar fazer isso. O que precisaremos, é claro, é ter uma interlocução muito positiva com o legislativo para tentar aprovar os projetos que consideramos benéficos para Maringá, mas sempre pensando em uma maior agilidade na gestão pública. Agora, vale ressaltar que, Maringá sendo a cidade que é, não à toa reconhecida como uma das melhores do Brasil, tem uma sociedade civil organizada extremamente competente, conselhos municipais que funcionam e, sem sombra de dúvidas, sabemos que dentro dos servidores municipais, têm servidores também extremamente competentes, Maringá deve muito a eles. Então, nós buscaremos fazer uma administração da mais alta qualidade possível, focando nas áreas essenciais e também equivalente ao que o cidadão paga de imposto. Um cidadão que paga R$ 6.300 por ano de imposto merece serviços públicos de qualidade”.
- De uma forma geral, que avaliação o senhor faria da gestão pública em Maringá atualmente?
Luiz Lourenço Júnior: “Eu acho que Maringá é uma grande cidade. Já morei e visitei outros lugares, então ela causa uma boa impressão, já tivemos histórico de grandes gestores no comando, mas o que temos hoje é uma realidade onde Maringá está caindo bastante em alguns indicadores. A cidade já foi, por exemplo, a 16ª no ranking nacional das smart cities e hoje ocupa a 43ª colocação. Nós nunca estivemos no ranking das 100 melhores cidades do Brasil em Segurança Pública, já estivemos em 19º no ranking de Tecnologia da Informação e hoje somos 66º, assim como já fomos os primeiros do Brasil em urbanismo e hoje não figuramos entre os 100 primeiros. Deixando de lado o caráter pessoal, penso que a administração poderia ter entregue um pouco mais, reconheço que é uma gestão que faz um trabalho muito bacana em redes sociais, em reformas de praças, mas ainda temos centros esportivos abandonados. Penso que Maringá pode melhorar”.
- Na visão do senhor, qual o maior problema que a cidade enfrenta atualmente? E como fazer para resolver isso?
Luiz Lourenço Júnior: “Acredito que o que mais afeta o cidadão é o tratamento de seu maior patrimônio, que é a Saúde. Quando entregamos uma Saúde debilitada, qualquer outro aspecto se torna irrelevante, então a Saúde de Maringá, que já foi uma das melhores do Brasil, precisa ser melhorada. Aí há inúmeros atos que podem ser feitos, como agendamento online de consultas, precisamos usar o orçamento da melhor forma possível para diminuir filas de consultas e cirurgias, esse seria o primeiro passo. Acho que o segundo aspecto seria a Segurança Pública, até porque a cidade está em uma rota ‘perigosa’, servindo de caminho para regiões fronteiriças como Foz do Iguaçu, Guaíra, onde temos toda as questões do contrabando, talvez por isso os índices da cidade sejam tão elevados. Mas sabemos que Segurança não é só Polícia, às vezes é manutenção, limpeza, geração de emprego e renda. O que o NOVO irá procurar fazer é organizar a escolha dos secretários sempre a partir de processos de seleção, a exemplo do que já ocorre em Minas Gerais e Joinville, sempre privilegiando o quadro de servidores de carreira, até para dar a oportunidade para essas pessoas que conhecem o serviço público, de fato, possam a ter oportunidade de ocupar esses espaços. Queremos ser uma administração menos política e mais voltada para o cidadão”.
Sobre a Série de Entrevistas do Maringá Post com os pré-candidatos a prefeito
Iniciada no dia 11 de setembro, a Série de Entrevistas do Maringá Post se propõe a ouvir todos os pré-candidatos à Prefeitura de Maringá. Dois pré-candidatos serão entrevistados por semana, com as reportagens indo ao ar nas segundas e quintas-feiras, sempre às 12h. Até o momento, já foram ouvidos Homero Marchese (Republicanos), Humberto Henrique (Solidariedade), Sidnei Telles (Avante), Doutor Batista (União Brasil), Flávio Mantovani (Solidariedade), Professora Ana Lúcia (PDT) , Edson Scabora (MDB), Delegado Jacovós (PL), Silvio Barros II (Progressistas), Do Carmo (União Brasil) e Evandro Araújo (PSD).
Foto: Arquivo Pessoal
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