Hossokawa pede cancela em cruzamento na linha férrea, em Maringá; Prefeitura nega, mas estuda instalar semáforo

Trecho na Avenida Paranavaí tem movimento intenso de veículos; secretário de Mobilidade Urbana alega que cancelas já não são usuais.

  • Como medida de segurança, o presidente da Câmara de Maringá, vereador Mário Hossokawa, pediu ao prefeito Ulisses Maia a instalação de uma cancela no cruzamento da linha férrea localizado na Avenida Paranavaí, Zona 06 de Maringá.

    A Indicação n. 374/2023 data de 14 de março deste ano. Em 28 de março, via Ofício da Secretaria de Mobilidade Urbana, a Prefeitura de Maringá negou a instalação.

    Hossokawa lamentou a decisão da Prefeitura de Maringá em não instalar uma cancela no cruzamento da linha férrea localizado na Avenida Paranavaí, que, segundo o presidente da Câmara, é um trecho de intenso movimento diário de veículos.

    “Aumentou o movimento de veículos e pessoas no local, pois a cidade cresceu naquela região. Após a linha férrea, hoje temos a faculdade Feitep, o Shopping Catuaí e o Parque Industrial Bandeirantes, onde há muitas indústrias instaladas”, enumerou Hossokawa.

    O local também é ponto alternativo para quem deseja evitar o trânsito na Avenida Colombo, que dá acesso a outros municípios da região, como Paranavaí, Campo Mourão e Cianorte. “Para minha surpresa, veio uma resposta negativa do secretário Gilberto Purpur. Eu discordo do que ele afirmou: para mim, não existe revitalização da sinalização naquele local. É um grande perigo à noite, e o congestionamento é muito grande durante o dia.”

    O presidente da Câmara de Maringá revelou que continuará cobrando a instalação de uma cancela no cruzamento da linha férrea na Avenida Paranavaí, além de outras medidas de segurança envolvendo os trechos da linha férrea que cruzam a cidade.

    Além de uma cancela, Hossokawa disse ser importante cuidar da manutenção do matagal ao redor do cruzamento e investir em mais iluminação, além da instalação de um semáforo com luzes intermitentes representante extremo cuidado na hora de atravessar com o veículo ou mesmo a pé a linha do trem.

    “Precisa acontecer acidentes?”
    Um dos trechos do Ofício pelo qual Hossokawa disse ter lamentado foi a informação tratando não haver acidentes no local há pelo menos dez anos. “É preciso realmente acontecer acidentes para que o poder público tome iniciativas de segurança”, disse o presidente da Câmara, lembrando da tragédia na linha do trem em Jandaia do Sul, quando alunos e servidores da Apae acabaram perdendo a vida após um lamentável acidente de trânsito entre um ônibus e o trem.

    Recursos para a segurança no trânsito
    “O valor orçado para a cancela é de R$ 380 mil. Realmente não é barato, mas penso não ser caro quando o assunto é tratarmos da vida de todos os maringaenses e dos moradores da nossa região. Falta de recurso não deve ser um motivo, pois temos o Fundo Municipal de Transporte e Segurança no Trânsito é mantido pelos valores revertidos pelas multas de trânsito. Em nosso cálculo aqui na Câmara, esse fundo atualmente conta com R$ 60 milhões aproximadamente”, finalizou.

    O outro lado
    Conforme ofício do Executivo, a sinalização viária existente no local já seria suficiente para evitar acidentes de trânsito, que não são registrados naquele trecho da Avenida Paranavaí há pelo menos dez anos, segundo o ofício assinado pelo secretário de Mobilidade Urbana de Maringá, Gilberto Purpur.

    O secretário esclarece que os motoristas devem obrigatoriamente parar os veículos antes de atravessar pelo cruzamento da linha férrea, e que constantemente são realizadas revitalizações na sinalização a fim de se evitar qualquer tipo de acidente.

    Em entrevista por telefone ao Maringá Post, Purpur afirmou, porém, que a Prefeitura de Maringá vem estudando a instalação de um semáforo intermitente no local. O secretário revelou que as cancelas em cruzamentos de linha férrea não são mais indicadas, inclusive algumas cidades, como Curitiba e Andradina (MG), retiraram cancelas justamente para evitar acidentes de trânsito.

    “Antes do rebaixamento da linha férrea, Maringá contava com 17 cancelas em cruzamentos da linha férrea, mas naquela época era preciso que fosse manuseado por servidores. Hoje em dia já não há mais essa condição, e as cancelas automatizadas colocam os motoristas em risco: se der uma pane no sistema e a cancela ficar aberta na hora errada, pode ser fatal. Ou o contrário: travar fechada e provocar grandes transtornos”, disse Purpur.

    O secretário de Mobilidade comentou também que as cancelas sempre foram alvos de ladrões, pelo fato de o alumínio ter valor no mercado informal, assim como acontece atualmente com os chamados fios de cobre. Purpur revelou que, à época das cancelas, também era extenuante o serviço de manutenção para que continuasse funcionando. “Tínhamos um caminhão cheio de cancelas para efetuar diariamente trocas”, disse.

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